Política

Tacla Duran diz que procurador da Lava Jato recebeu propina de 500 mil dólares

O novo alvo das acusações do advogado é Carlos Fernando dos Santos Lima, braço-direito de Deltan Dallagnol na força-tarefa da operação em Curitiba; informação foi revelada pelo site UOL

Tacla Duran diz que procurador da Lava Jato recebeu propina de 500 mil dólares
Tacla Duran diz que procurador da Lava Jato recebeu propina de 500 mil dólares
O advogado Rodrigo Tacla Duran. Foto: Reprodução
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O advogado Rodrigo Tacla Duran acusou outro procurador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba de cometer crimes. Desta vez, o jurista relata que o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, braço-direito de Deltan Dallagnol na operação, teria recebido propina de 500 mil dólares para não processar doleiros.

A acusação, registrada pelo site UOL, foi feita em depoimento ao juiz Eduardo Appio, da 13ª. Vara Federal de Curitiba, nesta terça-feira 9. A oitiva ocorreu por videoconferência após a falta de garantias para que Tacla Duran retornasse ao Brasil sem ser preso. A ordem de prisão expedida em 2016 por Sergio Moro foi suspensa, mas um desembargador com fortes relações pessoais com o ex-juiz retomou o pedido em uma decisão contestada.

Na oitiva, Tacla Duran disse que Carlos Fernando recebia mensalmente valores de diversos doleiros para que não avançasse com processos da operação. Ele cita a quantia de 500 mil dólares.

“Essa proteção era praticada mediante a cobrança de uma taxa, para que o doutor Carlos Fernando se comprometesse à não-persecução penal desses doleiros que participavam da mesada”, disse.

Entre os doleiros estaria o chinês naturalizado brasileiro Wu Yu-Sheng, que, de fato, não foi processado em Curitiba. “Ele [Wu] passou a ajudar a pagar esse valor todo mês, por muito tempo”, contou Tacla Duran, que disse ter sido orientado a procurador advogados próximos da operação para fazer o mesmo.

Como prova, o advogado entregou ao juiz os dados das contas bancárias em que estes recursos teriam sido movimentados. As informações, segundo o site, foram repassadas pela 13ª Vara para a Superintendência da Polícia Federal do Paraná para investigação.

O depoimento desta terça-feira, importante frisar, não teve relação direta aos casos de Moro e Deltan. Tacla Duran foi ouvido na condição de testemunha do ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas sobre as acusações de pagamentos da Odebrecht a políticos daquele País.

O advogado atuou na defesa da empreiteira e acusa a Lava Jato de extorsão e manipulação. Ele também se diz vítima de ‘bullying processual’ após revelar o modus operandi de Moro e Deltan. O tema está no Supremo Tribunal Federal já que os ex-integrantes da operação agora são parlamentares.

Carlos Fernando, acusado de recebimento de propina, não comentou o depoimento de Tacla Duran desta terça-feira.

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