Política

Sou ministro da Saúde, não censor de Bolsonaro, diz Queiroga

‘Não vou fazer juízo de valor a respeito da conduta do presidente da República’, disse ministro sobre ações contraindicadas de Bolsonaro

Sou ministro da Saúde, não censor de Bolsonaro, diz Queiroga
Sou ministro da Saúde, não censor de Bolsonaro, diz Queiroga
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Apoie Siga-nos no

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repetiu a fórmula usada na primeira oitiva à comissão e se esquivou de avaliar as atitudes do presidente Jair Bolsonaro que contrariam medidas de enfrentamento à covid-19, como uso de máscara e distanciamento social.

Em resposta ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Queiroga afirmou não ser “censor” do presidente da República. Renan havia mostrado anteriormente um vídeo com episódios de aglomerações provocadas por Bolsonaro, chamando Queiroga de “omisso” pelo fato de o presidente continuar promovendo essas situações.

O ministro da Saúde disse já ter falado com o presidente sobre o assunto. Quando questionado o que o mandatário teria falado nesses encontros, Queiroga disse apenas que, em sua presença, Bolsonaro usa máscara “na grande maioria das vezes”. O titular da Saúde afirmou também que orienta o presidente sobre essas questões. “Evidente que sim. Já informei que conversei com o presidente sobre esse assunto”, disse ele.

“É um ato individual. As imagens falam por si só, estou aqui como ministro para ajudar o País, e não vou fazer juízo de valor a respeito da conduta do presidente da República”, afirmou Queiroga, que disse ainda que as recomendações sanitárias “estão postas” e que cabe “a todos” aderir a essas medidas.

 

Copa América

No depoimento, Marcelo Queiroga afirmou que não existem provas de que a prática de esportes aumente a contaminação de atletas. A declaração foi dada em resposta aos questionamentos do relator Renan Calheiros sobre o Brasil ter aceitado sediar a Copa América.

“Estados que aceitaram Copa América estão de acordo com a atividade. Decisão de fazer ou não evento (a copa) não compete ao Ministério da Saúde”, disse Queiroga, segundo quem serão apresentados documentos que fundamentam a posição do governo sobre sediar o campeonato.

O ministro ainda alegou que não haverá risco de aglomerações e contaminação maior do coronavírus em razão da Copa América. “Copa América é evento pequeno com número pequeno de pessoas, não é Olimpíada”, disse ele.

Queiroga também voltou a dizer que a vacinação contra a covid-19 das comitivas que disputarão o campeonato não será obrigatória, contrariando informação dada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A competição começa no próximo domingo, dia 13.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo