Justiça

Sob risco de nova condenação, Bolsonaro diz que TSE é um tribunal ‘de esquerda’

Na próxima terça-feira 10, a Corte se debruçará sobre ações que pedem a condenação do ex-capitão por abuso de poder político

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Silvio Avila/AFP
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu voltar a fustigar o Tribunal Superior Eleitoral, às vésperas de um novo julgamento. Na próxima terça-feira 10, a Corte se debruçará sobre ações que pedem a condenação do ex-capitão por abuso de poder político devido ao uso de estrutura do governo para fazer campanha em 2022.

As ações cobram a inelegibilidade do ex-capitão. Ainda que a impossibilidade de Bolsonaro se candidatar pelos próximos oito anos já tenha sido reconhecida pelo TSE, um eventual recurso não seria suficiente para torná-lo novamente elegível em caso de novas condenações. O ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto também é alvo dos processos.

Bolsonaro disse nesta sexta-feira 6, durante agenda em Belo Horizonte (MG), que o Palácio da Alvorada era sua casa durante a Presidência e defendeu a realização de lives no local.

“Não sei o que vai acontecer. O TSE é um julgamento muito político, de esquerda, que tem acontecido lá. Isso é ruim para a democracia”, alegou. Na presidência do tribunal está o ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de Bolsonaro e de seus aliados.

Os processos a serem julgados na semana que vem pela Justiça Eleitoral partiram da Coligação Brasil da Esperança, unida em torno de Lula em 2022, e do PDT, do então presidenciável Ciro Gomes.

O PDT protocolou duas ações. Em uma delas, menciona “suposto desvirtuamento eleitoreiro” no uso dos palácios da Alvorada e do Planalto, além de outros bens públicos, por parte de Bolsonaro. Este processo mira as transmissões ao vivo promovidas pelo então presidente às vésperas da eleição.

A outra ação pedetista também se refere a lives de Bolsonaro nos palácios, a caracterizarem “suposto desvio de finalidade, em proveito de candidaturas”.

O processo solicitado pela coligação de Lula mira a “realização de atos de campanha, pelo então presidente, nas dependências do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada, notadamente o anúncio de apoios angariados por sua candidatura na disputa do segundo turno”.

A campanha de Lula listou, entre as evidências, encontros com os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Ibaneis Rocha (Distrito Federal) e Ratinho Jr. (Paraná). Também entram na relação agendas com artistas bolsonaristas.

O vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco defendeu a rejeição das três ações. Ele é um dos candidatos mais cotados a substituir Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República e “disputa” a indicação do presidente Lula com Antônio Carlos Bigonha, subprocurador-geral.

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