Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto neste ano, não foi o único tucano a receber dinheiro da Petrobras. É o que afirmou o empresário Leonardo Meirelles, um dos donos do Labogen, laboratório usado pelo doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro ilegal, segundo o jornal O Globo.
Meirelles, cujo laboratório foi usado para mandar aproximadamente US$ 130 milhões para o exterior a partir de falsos contratos de importação e exportação, disse acreditar que “o PSDB e eventualmente algum padrinho político do passado e provável conterrâneo ou da região do senhor Alberto” foram beneficiados nos desvios de dinheiro da Petrobras.
A declaração foi feita pelo empresário em audiência na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, presidida pelo juiz Sérgio Moro, responsável por todos os inquéritos envolvendo a Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Presos pela PF, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa assinaram acordos de delação premiada em troca de benefícios.
Em um de seus depoimentos, Costa disse que Sergio Guerra recebeu 10 milhões de reais de propina da empreiteira Queiroz Galvão para ajudar a abafar uma CPI que investigava irregularidades em obras contratadas pela Petrobras.
Meirelles disse ainda ter presenciado uma conversa por telefone entre o ex-presidente do PSDB e Youssef, na qual eles trataram de “um ajuste” sobre “coisas do passado”. Meirelles não citou nomes de políticos beneficiados dentro dos partidos a pedido de Sergio Moro. Se fizesse isso, o magistrado seria obrigado a remeter o caso para o Supremo Tribunal Federal, uma vez que alguns dos envolvidos, por terem cargos públicos eletivos, poderiam ter direito a foro privilegiado.
Sergio Guerra morreu em março deste ano. Ele foi substituído na presidência do PSDB pelo senador e agora candidato à Presidência Aécio Neves.