O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, voltou a declarar seu desejo de alterar o nome da instituição para André Rebouças ou Princesa Isabel.
“Não faz sentido homenagear Zumbi [dos Palmares], um líder tirano e escravocrata”, publicou o presidente da Instituição no Twitter, neste domingo 9.
“É uma das propostas que constam do projeto que apresentei à Secretaria Especial da Cultura quando fui convidado para assumir a presidência da instituição, em outubro de 2019”, afirmou Camargo.
Devemos valorizar quem viveu segundo elevados padrões éticos, cuja biografia é edificante não só para os negros, mas para todos os brasileiros.
Mudar o nome da Fundação Palmares para Princesa Isabel ou André Rebouças é um grande desafio, que um dia terá que ser enfrentado. pic.twitter.com/F0mW4v9dVF
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) January 9, 2022
O presidente ainda afirmou que se a alteração dependesse dele, já teria feito “na base da canetada”. No entanto, a mudança precisa de autorização de outros órgãos federais, como a Câmara dos Deputados.
Em outra oportunidade, em novembro de 2021, Camargo já havia sinalizado o desejo de homenagear a princesa, considerada por muitos como a suposta redentora que aboliu a escravidão no Brasil.
Tal versão da história é criticada por movimentos negros por ignorar a resistência e a luta, colocando a abolição como um ato de bondade.
Desde que foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, Camargo se envolveu em diversas polêmicas. Ele é acusado de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários. Na semana passada a Justiça proibiu que o presidente da Instituição doasse parte do acervo da Fundação. Ele alegava que as obras selecionadas tinham caráter ideológico.
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