Política

‘Serei um parceiro leal’, diz Alckmin, em lançamento da pré-candidatura de Lula

Ex-tucano amenizou divergências e disse que Lula ‘é a esperança que resta’ para garantir a alternância de poder no País

O ex-tucano Geraldo Alckmin, hoje no PSB, candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Reprodução
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Em evento de lançamento da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste sábado 7, em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB) minimizou as suas divergências ao defender a sua chapa com o seu antigo adversário político e prometeu lealdade.

O ex-tucano participaria presencialmente da solenidade, mas foi diagnosticado com Covid-19 e decidiu discursar virtualmente, antes do petista.

Logo no início da sua aparição, Alckmin tocou no assunto do seu histórico como opositor a Lula e assegurou a sua defesa à candidatura do ex-presidente.

“Nada, nenhuma divergência do passado, nenhuma diferença do presente, nem as disputas de ontem, nem as eventuais discordâncias de hoje ou de amanhã, nada, absolutamente nada servirá de razão, desculpa ou pretexto para que eu deixe de apoiar e defender, com toda a minha convicção, a volta de Lula à Presidência do Brasil”, afirmou.

“Números diferentes, quando somados, não diminuem de valor, pelo contrário. Elevam a sua grandeza.”

Na sequência, destacou a “urgência” da “defesa da democracia”.

“Quando essa defesa reclama a formação de alianças, e as alianças são construídas graças à persuasão, e não à cooptação por verbas e ao aliciamento por cargos, essa conjunção de forças políticas torna-se uma formidável conquista”, declarou.

O ex-tucano afirmou que viu no convite de Lula para ser vice “mais que um sinal de reconciliação entre dois adversários”, mas também “um verdadeiro chamado à razão”.

Em seguida, disparou uma série de acusações ferrenhas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Brasil sobrevive hoje ao mais desastroso e cruel governo da sua história. Perdulário nas despesas públicas, hipócrita no combate à corrupção, patrocinador de conflitos temerários e querelas inúteis, despreparado na condução da economia, ineficiente administrativamente, e socialmente injusto e irresponsável”, declarou.

Alckmin também saudou a frente de partidos que se formou em torno da sua chapa e, numa espécie de juramento de lealdade, agradeceu a Lula pelo “privilégio da confiança”, apesar de líderes da esquerda já terem expressado desconforto com o risco de um novo golpe, como ocorreu com Dilma Rousseff (PT).

Serei um parceiro leal, seriamente compromissado com o seu propósito de fazer do Brasil um país socialmente mais justo, economicamente mais forte, ambientalmente mais responsável e internacionalmente mais respeitado.”

Na questão programática, Alckmin prometeu “um governo realmente democrático”, com ênfase na educação, na saúde e no bem estar. O ex-tucano citou ainda a “segurança da biodiversidade” e o estímulo “ao empreendorismo, aos investimentos, à produção e a uma relação reciprocamente mais justa e vantajosa entre trabalhadores e empresários”.

O discurso foi marcado por um “chamado” a demais forças políticas para a composição da campanha de Lula. Alckmin afirmou que Lula “é a esperança que resta” para garantir a “alternância de poder”, caráter que, segundo o seu discurso, estaria em risco na próxima eleição.

“Faço um chamado público às demais forças políticas do país, que trabalham pela mesma mudança. Venham se juntar a nós. As próximas eleições guardam uma perigosa peculiaridade: será um grande teste para a nossa democracia. E que ninguém duvide disso: sem Lula, não haverá alternância de poder no País. E sem alternância de poder, não haverá garantias para a nossa democracia. Lula é, hoje, a esperança que resta ao Brasil”, afirmou.

Depois de Alckmin, Lula fez um discurso ainda mais longo, com foco na crise econômica.

Na mesma linha do seu vice, o petista amenizou as históricas divergências e ressaltou a tarefa de, segundo ele, devolver “o fascismo de volta para o esgoto da história”.

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