Política

Senadores pedem ao STF acesso às mensagens trocadas entre Aras e empresários bolsonaristas

A notícia da existência das conversas que envolvem o PRG surgiu após a PF cumprir mandados de busca e apreensão contra empresários que apoiam um golpe

Augusto Aras. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Senadores da oposição solicitaram na terça-feira 23 ao Supremo Tribunal Federal o levantamento do sigilo das mensagens trocadas entre o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e empresários bolsonaristas que foram alvo de operação da Polícia Federal por defenderem um golpe em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) na eleição deste ano.

De acordo com o site Jota, nos diálogos, haveria críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável por autorizar a operação da PF, e comentários sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência.

Na petição, assinada por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES), os parlamentares argumentam que “o conhecimento público acerca dos temas  tratados nas conversas é uma medida necessária, para que haja um escrutínio social e amplo das reais intenções de determinadas autoridades federais”.

A notícia da existência das conversas que envolvem o PRG surgiu após a PF cumprir mandados de busca e apreensão contra empresários que apoiam Bolsonaro. Em um grupo de Whatsapp, segundo revelou o site Metrópoles, os bolsonaristas falavam sobre a possibilidade de ruptura do regime democrático. São eles: Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira, do restaurante Coco Bambu. Na lista de alvos também estão José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, dono do Barra World Shopping; André Tissot, empresário do Grupo Sierra; Meyer Nirgri, da Tecnisa; e Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii.

A operação da PF, autorizada por Moraes, tem como uma das bases a notícia-crime apresentada na semana passada pela Coalizão para a Defesa do Sistema Eleitoral, que conta com mais de 200 entidades e movimentos sociais.

O documento dizia que os bolsonaristas “pregam de maneira direta o afastamento da Democracia representativa, com o retorno do Estado de Exceção, deixando de reconhecer o resultado das eleições livres e diretas que serão realizadas em outubro próximo”.

Na notícia-crime, a Coalizão pediu que os diálogos dos empresários fossem incorporados ao inquérito das milícias digitais que corre no STF, que os sigilos telefônico e telemático sejam quebrados e que se investigue a participação dos bolsonaristas na organização e financiamento dos atos de 7 de setembro.

Na terça, além da busca e apreensão, Moraes determinou a quebra dos sigilos dos empresários e bloqueio das contas deles.

Leia a petição dos senadores:

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