Justiça

Operação da PF busca elo de empresários com financiamento de atos antidemocráticos

Conversas de Whatsapp mostram que apoiadores do presidente defenderam um golpe em caso de vitória de Lula

O empresário Luciano Hang. Foto: Divulgação
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A operação da Polícia Federal contra empresários que defenderam um golpe em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) tem como objetivo investigar  se os alvos financiam os atos antidemocráticos do próximo 7 de setembro.

A PF cumpre nesta terça-feira 23 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Luciano Hang, da Havan, Afrânio Barreira, do restaurante Coco Bambu, José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, dono do Barra World Shopping, André Tissot, empresário do Grupo Sierra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, e Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii.

A autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tem como uma das bases a notícia-crime apresentada na semana passada pela Coalizão para a Defesa do Sistema Eleitoral, que conta com mais de 200 entidades e movimentos sociais.

O documento dizia que os bolsonaristas “pregam de maneira direta o afastamento da Democracia representativa, com o retorno do Estado de Exceção, deixando de reconhecer o resultado das eleições livres e diretas que serão realizadas em outubro próximo”. A peça foi feita a partir de uma reportagem do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, que mostrou conversas em um grupo de Whatsapp, chamado ‘Empresários & Política’.

Segundo o colunista, o ponto alto de apoio à ruptura democrática se deu no dia 31 de julho, quando Koury afirmou, em mensagem, que preferia um golpe à volta do PT. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu.

No grupo, os empresários também manifestam apoio ao ato de 7 de Setembro, convocado por Bolsonaro, e repetem as teses do ex-capitão sobre fraude nas eleições.

Na notícia-crime, a Coalizão pediu que os diálogos dos empresários fossem incorporados ao inquérito das milícias digitais que corre no STF, que os sigilos telefônico e telemático sejam quebrados e que se investigue a participação dos bolsonaristas na organização e financiamento dos atos de 7 de setembro.

Nesta terça, Moraes também determinou a quebra dos sigilos dos empresários e bloqueio das contas deles.

“A ação do ministro Alexandre de Moraes, em resposta rápida à demanda da sociedade civil organizada, é um excelente sinal de que as instituições democráticas não aceitam ameaças contra o sistema eleitoral e o Estado Democrático de Direito, e de que o Judiciário agirá com rigor para defender a democracia”, manifestou a Coalizão em nota.

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