Política
Sem indicar se comparecerá, Bolsonaro estimula protesto contra o STF em 1°de maio
Presidente participou neste sábado da ExpoZebu, evento de pecuária em Uberaba


O presidente Jair Bolsonaro estimulou neste sábado o comparecimento de apoiadores em protestos contra o Supremo Tribunal Federal marcados para este domingo, 1° de maio, em algumas cidades do país. O titular do Planalto, porém, não indicou se participará dos atos. O presidente vem sendo aconselhado a não ir à manifestação para não elevar a tensão com o Judiciário.
Ao discursar na abertura da ExpoZebu, evento de pecuária realizado em Uberaba (MG), Bolsonaro disse que os atos não são para “protestar”, mas que dizer que “todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição”.
— Tenho certeza que esse Brasil verde e amarelo que eu estou vendo aqui veio para ficar. Dizer a todos vocês que, porventura, irão às ruas amanhã não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição e dizer que não abrimos mão da nossa liberdade. Amanhã não será dia de protesto, será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor pra todos nós — disse Bolsonaro.
A declaração do titular do Planalto foi dada ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que também estava no palanque do evento. Lira foi elogiado por Bolsonaro que disse que o apoio que tem na Casa se deve a atuação do líder do Centrão que atuou para aumentar a base do governo no Legislativo.
Como mostrou a colunista Malu Gaspar, Bolsonaro foi aconselhado por líderes do Centrão e ministros do Palácio do Planalto a não ir ao ato marcado pelos bolsonaristas.
Os atos neste domingo foram marcados após o presidente conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito ano e nove meses de prisão por ameaças aos ministros do STF e por incentivar manifestações antidemocráticas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.