O presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, não deram detalhes sobre os planos do bilionário Elon Musk para monitorar o desmatamento e os incêndios na Amazônia.
O projeto, a ser empreendido pela Starlink, de Musk, também pretende conectar 19 mil escolas à internet.
“É a primeira vinda aqui, um primeiro contato, o início de um namoro”, disse o ex-capitão em entrevista coletiva após o encontro com Musk. “Tenho certeza de que vai acabar em casamento brevemente. Ele é uma pessoa bastante objetiva e quer concretizar o seu sonho de forma mais rápida possível.”
Bolsonaro, Musk, ministros e empresários se reuniram em um luxuoso hotel de Porto Feliz, em São Paulo. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, também marcou presença na agenda.
Na coletiva, Faria alegou que o monitoramento da Amazônia pela empresa de Elon Musk não afeta a soberania do País.
“Quem libera os satélites para o espaço não é o governo brasileiro. Os satélites estão lá. O que queremos é que todas as informações que eles já têm sejam divididas com o governo”, argumentou o ministro. “Eles é que estão abrindo mão da soberania deles para nós. Pergunta constante, mas falta conhecimento nesse caso, porque teremos, no futuro, milhares de satélites e, se o governo brasileiro puder ter informações para agir, é muito melhor.”
Durante o encontro, Bolsonaro não poupou elogios ao bilionário. “O mais importante da presença dele é algo que é imaterial. Hoje em dia poderíamos chamar ele de ‘o mito da liberdade’, aquilo que nos fará falta pra qualquer coisa que por ventura possamos pensar para o futuro.”
O ex-capitão também declarou pretender, com a ajuda do bilionário, divulgar o que chamou de “a verdade” sobre a preservação da Amazônia.
Ao contrário do que prega o presidente, só no mês de abril o Brasil registrou mais de mil km² de desmatamento na Amazônia. Os dados constam de relatório do Deter e marcam o segundo recorde negativo do atual governo.
Bolsonaro, no entanto, nega e costuma afirmar que “mais de 90%” da região estariam intactos, “como era em 1500”. Nesta sexta, os dados que indicam novos recordes de desmatamento foram entregues ao Tribunal Penal Internacional, a fim de incrementar as denúncias contra Bolsonaro por crimes humanitários.
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