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Bolsonaro chama Musk de ‘mito da liberdade’ e diz que bilionário ajudará a mostrar ‘verdade’ sobre Amazônia

‘A compra do Twitter, para nós aqui, foi como um sopro de esperança’, celebrou Bolsonaro no encontro

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu na manhã desta sexta-feira 20 ao lado do bilionário Elon Musk, homem mais rico do mundo, em um saguão de hotel no interior de São Paulo. Em breve transmissão nas redes sociais, o ex-capitão chamou Musk de ‘o mito da liberdade’, por, entre outras coisas, comprar o Twitter, e afirmou que o empresário irá ajudar a mostrar ‘a verdade’ sobre a preservação da floresta amazônica.

“O mais importante da presença dele é algo que é imaterial. Hoje em dia poderíamos chamar ele de ‘o mito da liberdade’, aquilo que nos fará falta pra qualquer coisa que por ventura possamos pensar para o futuro”, disse Bolsonaro. “O exemplo que ele nos deu há poucos dias, quando se anunciou a compra do Twitter, para nós aqui, foi como um sopro de esperança”, acrescentou logo em seguida.

No breve discurso, Bolsonaro focou em tratar de forma vaga o termo liberdade. Além de celebrar a aquisição do Twitter pelo empresário, que ainda não formalizou a compra, Bolsonaro também elogiou as outras empresas que ele possui, como a Tesla, especializada na produção de carros elétricos e autônomos.

“Estamos tendo um breve relato de que o futuro é o presente. Cada vez mais a tecnologia se fará presente. Lá atrás nós tínhamos o fim a máquina de datilografia, hoje foi anunciado aqui o fim das auto escolas e da carteira de habilitação”, disse em referência aos veículos produzidos por Musk.

Ao fim, Bolsonaro também revelou que pretende, com a ajuda do bilionário e da sua rede social, divulgar o que chamou de ‘a verdade’ sobre a preservação da Amazônia. A declaração ecoa o negacionismo de dados sobre o desmatamento presente nos discursos do presidente desde que assumiu seu mandato.

“Nós pretendemos, precisamos e contamos com Elon Musk para que a Amazônia seja conhecida por todos, no Brasil e no mundo. Precisamos mostrar a exuberância dessa região, como ela é preservada por nós. Quanto malefício causam para nós aqueles que difundem mentiras sobre essa região”, lamentou o ex-capitão. “Por isso, estou muito orgulhoso e feliz, agradeço o Musk por essa passagem pelo Brasil”, completou então Bolsonaro.

Ao contrário do que prega Bolsonaro, só no mês de abril, o Brasil registrou mais de 1 mil km² de desmatamento na Amazônia. Os dados constam no relatório do Deter e são o segundo recorde negativo do atual governo. Bolsonaro, no entanto, nega e costuma afirmar que a região estaria ‘mais de 90% preservada, intacta, como era 1500’. Nesta sexta, os dados que indicam novos recordes de desmatamento foram entregues ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para incrementar as denúncias contra Bolsonaro por crimes humanitários.

Após o breve discurso do ex-capitão, o ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD) anunciou que o bilionário participaria de uma reunião com Bolsonaro e os ministros do governo. Ao se despedir da plateia, Faria disse que todo Brasil ‘ama o empresário’, arrancando risos da pequena audiência.

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