Sem conflitos, interação entre Dino e Moro no Senado é marcada por cordialidade e chistes

Anos de enfrentamento pela Lava Jato não se sobressaíram na audiência sobre a indicação de Dino para o STF

Flávio Dino e Sergio Moro durante sabatina no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado

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A cordialidade e algumas leves provocações entre o senador Sergio Moro (União-PR) e Flávio Dino, indicado pelo presidente Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal, chamaram a atenção nesta quarta-feira 13, durante uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.

Ao longo dos últimos anos, Dino não poupou críticas a Moro por sua atuação como juiz na Lava Jato.

No início da audiência, os dois foram fotografados em um diálogo amistoso. Horas depois, em sua intervenção, Moro teceu elogios ao ministro da Justiça, cujo discurso classificou como “ponderado”.

O ex-juiz listou perguntas sobre ações da pasta contra o crime organizado e sobre como Dino planeja usar as redes sociais caso se torne ministro do STF. A crítica mais incisiva do senador veio em sua réplica, quando afirmou que Dino, após o 8 de Janeiro, “contribuiu para o acirramento da polarização, com uma posição muito combativa”.

“Nos conhecemos há algumas décadas, desde a magistratura federal”, disse Dino a Moro na abertura de sua resposta. Ele também defendeu seu legado no enfrentamento à criminalidade. “Não é possível cravar o número porque estamos em dezembro, mas vamos ter redução de crimes intencionais de 2023 em relação a 2022”, projetou.

Flávio Dino não respondeu diretamente a perguntas sobre julgamentos dos quais provavelmente participará no STF, a exemplo da discussão sobre a Lei das Estatais.


Disse, também, considerar “bem-vinda” a sugestão de Moro para que retire as ações apresentadas à Justiça contra parlamentares devido a discursos ofensivos.

Questionado sobre como acessará as redes sociais caso chegue ao STF, Dino afirmou que fará “um sacrifício em sua vida política”.

“Gosto de fazer carreata, comício, caminhada. Gosto muito da atividade política. Mas sei que, em merecendo a aprovação na CCJ e no plenário, é claro que eu deixo a vida política em todas as dimensões, inclusive nas redes sociais”, respondeu. “Não opinarei sobre temas políticos, porque isso seria absolutamente incompatível.”

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