Política

‘Se PEC se transformar em lei, teremos de respeitar’, diz líder do governo no Senado sobre PEC das Drogas

Projeto é debatido pelos parlamentares e pode, na prática, derrubar a recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a descriminalização do porte de maconha no Brasil

‘Se PEC se transformar em lei, teremos de respeitar’, diz líder do governo no Senado sobre PEC das Drogas
‘Se PEC se transformar em lei, teremos de respeitar’, diz líder do governo no Senado sobre PEC das Drogas
Jaques Wagner ao lado do autor da PEC das Drogas, o senador Rodrigo Pacheco. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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O líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner (PT), afirmou que o governo “terá que aceitar” caso o Congresso aprove a chamada PEC das Drogas, que visa criminalizar o porte de qualquer quantia de droga.

O projeto está em discussão em Brasília e é tido como uma reação política à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre descriminalizar o porte de até 40 gramas de maconha.

A declaração de Wagner sobre a PEC foi dada durante sua participação no Fórum de Lisboa, um evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes em Portugal.

“Se [a PEC das Drogas] se transformar em uma lei, nós teremos de respeitar”, disse o líder do governo ao ser questionado sobre a posição do governo no embate entre STF e Congresso.

Ele não sinalizou sobre qual será posição do governo Lula (PT) na discussão.

Na sua avaliação, no eventual cenário de aprovação do texto, a PEC, “extremamente contrária à decisão da Corte”, seria “mais forte” do que a decisão judicial e, portanto, seria a legislação a ser posta em prática no País.

Na avaliação do senador, apesar das notícias, não há qualquer clima de tensão no tema.

“O Supremo tem o direito de fazer as suas interpretações, e o Congresso Nacional tem o direito de legislar”, minimizou.

Wagner pontuou ainda não ser possível vislumbrar os efeitos práticos de uma eventual criminalização de qualquer quantidade de entorpecente. Para ele, esse é um dos fatores a ser considerados pelo Congresso caso os parlamentares optem por contrariar a decisão do Supremo.

Pessoalmente, finaliza o senador, ele estaria mais inclinado a concordar com a descriminalização, pois, apesar de ser tema controverso, “diversos outros países estão tomando caminhos diferentes da criminalização”. O movimento no Brasil, portanto, seria natural, na sua visão.

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