‘Se eu quiser, eu ponho o Flávio Bolsonaro na cadeia’, ameaça ex-sócio do senador

O empresário Alexandre Ferreira Dias Santini, ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em uma loja de chocolates no Rio de Janeiro, ameaçou contar tudo que sabe sobre atividade ilegais do parlamentar. Conforme destaca reportagem do site Metrópoles desta quinta-feira 9, Santini sustenta que se os bastidores da atuação do antigo amigo forem revelados, o filho 01 do ex-presidente “irá para a cadeia”.

“Se eu quiser, eu ponho o Flávio na cadeia. Com o que eu tenho na mão, ele vai preso. Sei tudo da vida dele”, tem dito o empresário ao circular por Brasília, enquanto cobra mais de 1 milhão de reais em dívidas da antiga parceria comercial.

Santini e Flávio, vale lembrar, eram sócios em uma franquia da Kopenhagen, que segundo o Ministério Público, foi aberta para lavar dinheiro de outras atividades ilícitas, incluindo as rachadinhas. A suspeita é de que Santini tenha atuado como laranja de Flávio. Os dois eram amigos íntimos, mas romperam durante a campanha eleitoral do ano passado. A loja, após as investigações avançarem, foi fechada.

Essa não é a primeira vez que o ex-sócio ameaça o senador. Em maio, Santini publicou nas redes sociais acusações de crimes cometidos por um integrante do clã Bolsonaro. No texto, o ex-aliado afirmava “que um membro da família do ex-presidente seria preso em breve”. 

De lá para cá, a situação parece ter se complicado ainda mais entre os dois. Santini, além das declarações registradas pelo site, iniciou uma jornada judicial para tentar recuperar cerca de 1,4 milhão de reais perdidos na sociedade com o senador. Flávio já teria recebido uma notificação extrajudicial, a qual não respondeu. Diante da recusa, o ex-sócio também protocolou na Justiça de Brasília uma reclamação pré-processual com os detalhes da dívida.

Segredos de Flávio

Os segredos alegados por Alexandre Santini, de acordo com a reportagem, abrangem transações em dinheiro vivo, incluindo aquisições milionárias de imóveis realizadas por Flávio, além de pagamentos de despesas pessoais com recursos de origem suspeita. A indicação é de que montante seria fruto de tráfico de influência do senador em Brasília, enquanto seu pai, Jair Bolsonaro, era presidente.

Há ainda a sinalização de Santini sobre a revelação de como Flávio teria gerenciado o silêncio de Fabrício Queiroz no auge das investigações sobre a rachadinha.

Além das ameaças pelas redes sociais e da declaração registrada pelo site, o ex-sócio, sustenta o site, tem se aproximado de advogados ligados ao PT, que estariam dispostos a auxiliá-lo na empreitada de acusar formalmente o senador pelos crimes. 

Procurador, Flávio Bolsonaro admitiu estar recebendo os “recados”, mas minimiza a situação: 

“Ele tem mandado recados esquisitos para mim. Já me pediu dinheiro e eu não dei. Não quero dar linha para maluco. É um ex-sócio e ex-amigo”, disse.