Política

São Paulo e Minas Gerais elegem as primeiras deputadas federais trans na história

Erika Hilton e Duda Salabert receberam mais de 200 mil votos em seus estados

Erika Hilton e Duda Salabert. Foto: Reprodução
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Pela primeira vez, a Câmara dos Deputados terá duas mulheres trans: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). A pedetista foi eleita por Minas Gerais com 208 mil votos, já a deputada do PSOL por São Paulo recebeu a escolhida de 257 mil eleitores.

As parlamentares compartilham a trajetórias políticas semelhantes. Ambas se tornaram alvos de constantes ameaças, principalmente virtuais.

Em agosto deste ano, Duda recebeu em seu gabinete uma carta de teor nazista e transfóbico, com insultos a ela e a políticos de esquerda.

No documento, sem respeitar a identidade de gênero, o agressor escreveu: “Você é um perigo para a sociedade. Você tem que ser isolado o mais rápido possível. De preferência em um campo de concentração cheio de porcarias igual a você”.

Ao todo, a pedetista afirma ter recebido nove ameaças durante a campanha para deputada federal. Na sexta-feira 30, ela tomou conhecimento da existência de um site com descrições de formas que agressores desejariam matá-la. No domingo 1, teve que ir votar com um colete à prova de balas.

Após os resultados, a parlamentar comemorou ter sido a candidata trans mais votada de Minas mesmo com ‘ataques de setores da esquerda, dos ciristas e ameaças de morte da ultra direita’.

Em agosto, Erika também recebeu um e-mail com teor homofóbico e transfóbico. No texto, o autor se refere à parlamentar como “lixo social”, culpa LGBTs pela transmissão da varíola dos macacos e ameaça “matar vocês com uma bomba, vamos explodir suas casas e estraçalhar seus corpos”.

A então vereadora de São Paulo criou a 1ª CPI contra a violência trans do País, cujo o relatório – entregue no mesmo mês do ataque – sugere adoção de medidas urgentes de inclusão nas áreas da saúde, segurança pública, educação e empregabilidade na cidade paulistana.

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