Política
Saiba quem são os empresários presos pela PF por suspeita de financiamento do 8 de Janeiro
Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lucio Mesquita são sócios da rede Melhor Atacadista, no Distrito Federal


Alvos da nova fase da operação Lesa Pátria, os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lucio Mesquita foram presos pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira 29.
Os investigadores suspeitam que eles tenham dado suporte aos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília (DF), que levaram ao 8 de Janeiro.
A suspeita é que os empresários tenham fornecido alimentos, água e lonas de abrigo aos golpistas acampados. Eles também teriam contratado banheiros químicos e um trio elétrico.
Natural de Brasília (DF), Joveci de Andrade é um dos sócios da empresa Melhor Atacadista, uma rede de mercados que teria sido usada para o fornecimento de material para os acampamentos bolsonaristas.
Em abril do ano passado, Joveci chegou a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Na ocasião, ele negou que tenha participado dos atos golpistas do 8 de Janeiro, mas os parlamentares lançaram mão de uma fotografia dele utilizando uma camisa amarela na Esplanada dos Ministérios, no dia dos ataques. Joveci posava com uma faixa em que estava escrito “Não elegemos ladrão”.
Adauto Lucio Mesquita, que outro sócio na rede de mercados, também é suspeito de ter transferido valores para contas bancárias de pessoas diretamente ligadas aos atos golpistas. Os investigadores apuram, inclusive, se ele teria bancado parte do transporte para a Esplanada dos Ministérios.
Adauto também depôs à CPI da Câmara do DF. À época, o empresário admitiu que realizou aquilo que chamou de “pequenas doações” para as pessoas que estavam acampadas, mas afirmou que não era responsável por bancar os bolsonaristas.
Os nomes dos empresários também constam no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro no Congresso Nacional. Ambos foram indiciados por incitação ao crime.
Através de nota, a assessoria do grupo Melhor Atacadista informou que “é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais violência”.
Sobre a prisão dos empresários, o grupo informou que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou a medida, mas que “desde o início, houve esforços para esclarecer todos os fatos”.
“A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados vêem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto”, diz a nota do grupo.
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