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Reunião entre Lula e chanceler da França tem discussão sobre meio ambiente e guerra na Ucrânia

‘Venho ao Brasil para que nossos dois países iniciem uma nova dinâmica em suas relações’, sustentou Catherine Colonna

A chanceler da França, Cahterine Colonna, e o presidente Lula, em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República/AFP
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A chanceler da França, Catherine Colonna, se reuniu nesta quarta-feira 8 com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um encontro para relançar as relações bilaterais após o retorno do petista ao poder.

Em coletiva de imprensa ao lado do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, Colonna afirmou que a visita “marca o início de um relançamento da colaboração política que nos une ao Brasil, à qual vamos dar uma nova ambição”.

“Venho ao Brasil para que nossos dois países iniciem uma nova dinâmica em suas relações”, reforçou a chanceler francesa. Ela também se reuniu com a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Vieira, por sua vez, disse que o governo Lula busca “virar a página dos últimos anos”, a fim de “restaurar nossas relações no mais alto nível”.

A visita de Catherine Colonna prepara a viagem do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, em data ainda não anunciada. A agenda pode coincidir com a organização de uma reunião de cúpula sobre a Amazônia.

Desencontro diante da guerra

Catherine Colonna admitiu que a França “estuda a possibilidade de uma contribuição bilateral” para o Fundo Amazônia. Após a vitória de Lula, Noruega e Alemanha reativaram o suporte à iniciativa, destinada a financiar projetos de preservação ambiental no Brasil.

O conflito na Ucrânia, porém, revela um ponto de desencontro na relação entre Brasil e França. A chanceler insistiu na responsabilidade da Rússia, reagindo a uma declaração de Lula, antes de sua posse, de que o presidente Volodymyr Zelensky era “tão responsável” quanto Vladimir Putin.

“A Rússia começou a guerra. Não podemos pôr ambos os países no mesmo nível. Não há uma equivalência de responsabilidade”, afirmou Colonna. Ela acrescentou estar convencida de que o Brasil “saberá recordar os fatos e as responsabilidades.”

A chanceler declarou, porém, que “qualquer iniciativa dirigida a trazer a paz, em respeito ao Direito Internacional, é bem-vinda”, referindo-se à proposta de Lula de criar um grupo de países mediadores do conflito.

As relações entre Brasil e França se deterioraram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), especialmente em 2019, quando, desesperado com as críticas aos gigantescos incêndios na Amazônia, o ex-capitão e dois de seus ministros insultaram Macron e sua esposa, Brigitte.

A França é o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil. É também o maior empregador estrangeiro, com 500 mil trabalhadores brasileiros em 1,1 mil empresas francesas.

(Com informações da AFP)

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