Política

Reunião convocada por Bolsonaro é do Conselho do Governo, não do Conselho da República, dizem ministros

O grupo que se reúne nesta quarta tem caráter consultivo para discutir ações; convocação do Conselho da República pode entrar em pauta

O presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

Citada pelo presidente Jair Bolsonaro em seu discurso durante as manifestações de 7 de Setembro em Brasília, a reunião do Conselho da República não vai ocorrer. Ministros da área política disseram ao Estadão que o encontro, previsto para esta quarta-feira, às 9h30, é do Conselho do Governo, integrado pelos ministros do próprio governo e pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.

No discurso em tom de ameaça aos outros Poderes, Bolsonaro disse que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, também participariam, mas nenhum deles ainda foi convidado.

“Amanhã, estarei no Conselho da República. Juntamente com os ministros. Para nós, juntamente com o presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, com esta fotografia de vocês, mostrar para onde nós todos deveremos ir”, disse Bolsonaro no palanque da capital federal.

O Conselho de Governo que se reúne amanhã tem caráter consultivo para discutir ações do governo. É o próprio presidente quem convoca os membros para a reunião e designa um deles para presidir o encontro. É possível que um dos temas da pauta do encontro desta quarta seja justamente a hipótese de convocar o Conselho da República.

Segundo pessoas que acompanham o assunto, a Casa Civil da Presidência da República, que é a responsável por organizar as reuniões, não estava trabalhando para promover qualquer encontro e foi pega de surpresa pela declaração de Bolsonaro em Brasília.

Lira e Pacheco não chegaram sequer a ser convocados oficialmente para o encontro, segundo assessores. Fux, que não participa formalmente do Conselho da República, já afirmou por meio de sua assessoria que não iria a qualquer reunião do colegiado, uma vez que não faz parte dele, de acordo com a previsão constitucional. Nos últimos meses, os dois têm sinalizado que não apoiarão tentativas de ruptura institucional por parte de Bolsonaro.

Em seu discurso em São Paulo, onde manteve o tom de ataques ao Supremo, Bolsonaro não mencionou qualquer encontro com integrantes de outros poderes.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.