Reunião com plataformas termina sem acordo e entregadores prometem greve

Entidades que representam os entregadores de aplicativos anunciaram o dia 12 de setembro como data para a deflagração de uma greve da categoria, caso não haja acordo de melhoria salarial junto às plataformas digitais do setor. O comunicado veio após uma reunião com as empresas em Brasília, realizada na terça-feira 29.

O encontro foi mediado pelo governo federal, no âmbito de um grupo de trabalho instituído em 1º de maio para elaborar uma regulamentação dos serviços de entrega por aplicativo. A equipe tem o prazo de 150 dias, com prorrogação por igual período, para apresentar um relatório com as propostas.

Em nota, a Federação Brasileira dos Motociclistas Profissionais, associada à central sindical União Geral dos Trabalhadores, declarou que as entidades não aceitaram as “propostas indecentes, defasadas, sem contexto e fora da realidade” apresentadas pelas empresas.

“As associações que representam as empresas de aplicativos não estão mostrando um pingo de preocupação pelas dificuldades e necessidades que os entregadores estão passando”, diz o informe. “Já são 120 dias de negociação e até aqui, sem nenhum avanço.”

Entre as reivindicações dos entregadores, estão:

• a remuneração mínima de 35,76 reais para entregadores de motocicletas e 29,60 para entregadores de bicicleta;
• o fornecimento de uma cesta básica mensal no valor de 83 reais;
• o pagamento de seguro de vida com cobertura 24 h e prêmios mínimos de 41 mil reais por morte/invalidez e 3 mil reais de auxílio funeral;
• a garantia de plano de saúde de 44,90 reais mensais;
• o descanso semanal remunerado de 208 reais para motos e 192 reais para bicicletas.

Já as empresas propõem o valor de previa o valor de 10,20 reais por hora aos entregadores de motocicletas e 6,54 reais na modalidade bicicletas, sem previsão de benefícios.

As entidades que representam as plataformas digitais englobam marcas como Amazon, iFood, Uber, 99, Zé Delivery, Rappi, Loggi e Daki.