Política

Reunião com hacker e papel na ditadura: os temas que fizeram Heleno optar pelo silêncio na CPMI

Direito ao silêncio foi concedido ao militar pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal

Tomada de depoimento do ex-ministro do GSI, General Augusto Heleno. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro, iniciou o depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira 26 com ares de quem estaria disposto a responder todas as perguntas sobre sua relação com a tentativa de golpe após a posse de Lula. Ao decorrer da inquirição, no entanto, ele mudou drasticamente de postura e passou a optar pelo silêncio, direito concedido a ele por Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal.

A mudança drástica de postura, importante registrar, começou pouco depois do general perder o controle e atacar a senadora Eliziane Gama, primeira a fazer perguntas. Aos gritos, disse que a parlamentar ‘estaria tirando coisas da própria cabeça’ para deixá-lo ‘puto’. Ele finalizou o ataque com outro palavrão: ‘Puta que pariu’.

A falta de paciência prosseguiu então durante as perguntas feitas pelo deputado governista Rubens Pereira Júnior (PT). Logo após outra breve discussão por Heleno negar as próprias declarações dadas no início do depoimento, o general optou pela primeira vez pelo silêncio.

A pergunta que culminou na recusa do general em responder dizia respeito ao hacker Walter Delgatti Neto. O deputado, em sua participação, perguntou se Heleno participou ou sabia da reunião entre o hacker e Bolsonaro e se tinha conhecimento do conteúdo do encontro. Ele também não respondeu sobre as visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa durante a gestão anterior.

Pouco depois, o parlamentar petista quis saber, também, se Heleno participou do encontro entre Bolsonaro e o alto comando das Forças Armadas para tratar da minuta golpista, situação delatada por Mauro Cid à Polícia Federal. Novamente, Pereira Júnior ouviu do militar a resposta de que ficaria em silêncio.

Em seguida, por longos minutos, ele repetiu que ficaria em silêncio ao ouvir perguntas sobre seu papel como militar durante a ditadura no Brasil. Naquela ocasião, ele foi questionado pela senadora Ana Paula Lobato (PSB) se, como ajudante de ordens do ministro do Exército no início do governo militar de Ernesto Geisel, sabia das torturas e participou das decisões e ações nos porões da ditadura. Ele, novamente, não forneceu respostas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo