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Mourão minimiza reunião de Bolsonaro com Forças Armadas para tratar de golpe: ‘Mero blá-blá-blá’
Apesar de ironizar o conteúdo, o vice-presidente naquela ocasião não nega de forma enfática a existência do encontro delatado por Mauro Cid
O ex-vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, minimizou a reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro os comandantes das Forças Armadas após a derrota eleitoral para tratar de um golpe de Estado. O encontro foi delatado por Mauro Cid à Polícia Federal.
“Quando Juscelino [Kubitschek] foi eleito, vivíamos um processo tumultuado por causa da morte do Getúlio [Vargas]. Na ocasião, houve três presidentes interinos e duas tentativas de golpe para impedir a posse do Juscelino: Jacareacanga, Aragarças… Todas foram revoltas de militares da Força Aérea. Ali realmente você teve uma investida. Agora [no encontro de Bolsonaro com as Forças] o que há é um mero blá-blá-blá…”, disse ao jornal O Globo em entrevista publicada nesta terça-feira 26.
Apesar de ironizar o conteúdo da delação, Mourão não nega enfaticamente a existência da reunião citada. Na conversa, ele opta por minimizar a ação do almirante Almir Garnier, que teria se disponibilizado a dar um golpe usando a tropa da Marinha.
“Se for verdade a delação do Mauro Cid sobre essa suposta reunião, o que houve foi uma discussão. Segundo ele, uns disseram que eram contra e outro disse que era a favor. Isso é um assunto que vai pertencer à História apenas”, minimizou o general.
Instado a opinar sobre a decisão do almirante, Mourão, que hoje é senador, disse que não lhe cabe ‘dar pitaco’ em decisões de membros da ativa das Forças Armadas. Na declaração, no entanto, ele joga para Bolsonaro a responsabilidade sobre qualquer possível ordem dada no encontro.
“Primeiro, eu estava fora do Exército. Segundo, o comandante das Forças Armadas era Jair Bolsonaro. Esse posto não tem subcomandante. Eu aprendi com meu pai, quando fui para a reserva, que não tenho de dar pitaco no que os caras da ativa estão fazendo”, destacou.
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