Política

Renan diz que Bolsonaro participou de compra superfaturada da Covaxin

‘O presidente da República apenas não sabia da negociação e da bandalheira, ele tinha participado. É muito pior’, afirmou o relator da CPI

Renan diz que Bolsonaro participou de compra superfaturada da Covaxin
Renan diz que Bolsonaro participou de compra superfaturada da Covaxin
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou durante a sessão desta quarta-feira 7, que o presidente Jair Bolsonaro participou da compra superfaturada de vacinas Covaxin.

Segundo destacou, ele acredita ter elementos que indicam não apenas que o Bolsonaro foi informado de possíveis irregularidades na compra do imunizante, mas que participou diretamente da negociação com a Índia.

“Do pedido ao contrato houve um aumento de 50% do preço da vacina. Vacina, repito, cujo pedido ao primeiro-ministro da Índia foi feito pelo presidente da República. O presidente da República apenas não sabia da negociação e da bandalheira pela conversa dos irmãos Miranda, ele tinha participado. É muito pior”, destacou o relator.

Segundo Calheiros, o pedido de Bolsonaro para comprar 20 milhões de doses de Covaxin feito diretamente ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, indicam que o presidente estava ciente da negociação e dos preços em 2020, antes mesmo da denúncia levada por ele pelos irmãos Miranda.

Sobre a acusação, Calheiros foi questionado pelo governista Fernando Bezerra (MDB-PE) se tinha provas da mudança repentina de preços na Covaxin.

O relator disse que sim, indicando que iria reexibir o memorial de reunião com o Ministério da Saúde ocorrida em 20 de novembro de 2020, no qual está registrada a informação de que a vacina seria negociada a 10 dólares, podendo ainda ter o valor reduzido se a quantidade de doses fosse ampliada.

Governistas alegam que não se trata de uma proposta oficial.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo