O presidente Lula reconheceu existirem divergências do governo sobre alguns pontos da reforma tributária, mas afirmou que a proposta reflete a correlação de forças no Congresso Nacional e deve ser motivo de “comemoração”. A expectativa é que o texto seja votado pela Câmara nesta quinta-feira 6.
A declaração foi concedida durante discurso na cerimônia de relançamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, em Brasília.
“[O texto] não é o que cada um de vocês deseja, não é o que o [Fernando] Haddad deseja, não é o que eu desejo, mas tudo bem. Não somos os senhores da razão. Temos que lidar com a correlação de forças de quem está no Congresso Nacional”, disse.
Antes, o petista ressaltou que a última alteração no sistema tributário foi realizada ainda na ditadura e afirmou que uma eventual aprovação neste momento seria algo “histórico”.
“Se for votada a reforma tributária hoje, é a primeira vez que a gente faz uma reforma tributária no regime democrático”, acrescentou. “Reforma tributária só se faz em regime autoritário, quando o governo banca. Estamos fazendo no regime democrático, negociando com todo mundo e ela vai ser aprovada.”
A tendência é que o texto apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a propor mudanças no atual sistema de tributação, seja votado, ao menos em primeiro turno, na noite desta quinta. Desde o início da semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta driblar resistências e pautar a matéria.
Para ser aprovada, a proposta de emenda à Constituição precisa obter aval de 308 deputados, em dois turnos. Após a votação na Câmara, o texto segue para análise dos senadores.
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