Política
Randolfe: se a CPI convocou governadores, deveria convocar Bolsonaro
O vice-presidente da comissão protocolou nesta quarta-feira 26 um requerimento para convocar o presidente da República


O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, voltou a defender nesta quarta-feira 26 a convocação do presidente Jair Bolsonaro à comissão.
Segundo ele, a decisão da maioria do colegiado de convocar governadores deveria se estender ao ocupante do Palácio do Planalto.
“Eu acho flagrantemente inconstitucional [a convocação dos governadores]. Ofende o artigo 147 do Regimento Interno do Senado. E, se nós pudermos convocar os governadores, por coerência tinha que ser convocado também o senhor presidente da República”, disse Randolfe a jornalistas. “A vedação para governador está no mesmo dispositivo da vedação para convocar o presidente da República”.
“O acordo a propor é o seguinte: convoque-se os governadores e convoque-se também o presidente da República”, acrescentou. “Se os governadores vierem, vai ter em algum momento que votar a convocação do presidente também”.
Nesta quarta, Randolfe protocolou um requerimento para convocar Bolsonaro na condição de testemunha. Ao justificar a solicitação, afirmou que “a cada depoimento e a cada documento recebido torna-se mais cristalino que o presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI”.
No documento, o parlamentar cita exemplos como a contraposição a medidas preventivas, o estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada e um “boicote sistemático à imunização da população”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.