Política
Quem é Marcos Pontes, indicado como ministro da Ciência e Tecnologia?
Tenente-coronel reformado e astronauta é o quarto nome confirmado para formar o novo governo
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) usou o Twitter na manhã desta quarta-feira 30 para confirmar que Marcos Pontes será o ministro da Ciência e Tecnologia de seu governo. O nome do engenheiro aeroespacial e tenente-coronel reformado já vinha sendo aventado para a pasta desde a campanha eleitoral, mas a confirmação só aconteceu agora.
É o quarto nome do primeiro escalão divulgado pelo futuro governo, que já tem Onyx Lorenzoni (DEM) na Casa Civil, Paulo Guedes na “superpasta” da Economia e o general Augusto Heleno (PRP) à frente da Defesa.
Comunico que o Tenente-Coronel e Astronauta Marcos Pontes, engenheiro formado no ITA, será indicado para o Ministério da Ciência e Tecnologia. É o quarto Ministro confirmado!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 31 de outubro de 2018
Antes da confirmação, ainda na terça-feira 30, Pontes anunciou em seu perfil no Facebook que havia aceitado o convite.
“Ciência e tecnologia, como vocês sabem, vocês têm acompanhado, ele tem falado sempre sobre o meu nome mais ou menos como ‘posto Ipiranga’ de ciência e tecnologia. E agora só falta o anúncio oficial realmente da minha indicação para ministro de Ciência e Tecnologia”, disse o astronauta.
Nascido em Bauru (SP), Marcos Cesar Pontes tem 55 anos e foi o primeiro astronauta brasileiro, sul-americano e lusófono a ir ao espaço, na missão batizada como “Missão Centenário”, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis, realizado em 1906.
Segundo o perfil publicado no site de Pontes, ele é engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e mestre em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School, Califórnia, EUA.
Pontes entrou na Força Aérea Brasileira em 1981 e foi instrutor, líder de esquadrilha de caça e piloto de testes, com mais de 2 mil horas de voo em 25 tipos de aeronave. Atualmente, é Embaixador da Boa Vontade na Organização das Nações Unidas (ONU), dá palestras e trabalha na Nasa, a agência espacial norte-americana.
O currículo do futuro ministro registra que suas funções militares se encerraram em 1998, quando ele regressou da missão espacial foi selecionado por concurso público da Agência Espacial Brasileira para representar o Brasil na Nasa na função de astronauta, uma carreira civil. Pontes foi definitivamente transferido para reserva apenas em 2006, ao regressar da missão espacial.
Leia também:
Bolsonaro confirma fusão das pastas da Agricultura e do Meio Ambiente
Quem é Onyx Lorenzoni, cotado por Bolsonaro para a Casa Civil
Em março de 2006 Pontes partiu para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, com oito experimentos científicos brasileiros que foram executados em ambiente de microgravidade. Retornou no dia 8 de abril a bordo da nave Soyuz TMA-7.
Nos últimos anos resolveu capitalizar o título de único astronauta brasileiro para impulsionar sua carreira política. No pleito deste ano, Pontes foi eleito como segundo suplente do senador eleito por São Paulo Major Olimpio (PSL-SP).
Em 2014, tentou a sorte pela primeira vez na política ao disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSB. Na ocasião, recebeu 43.707, ficando na 113ª posição, apenas como suplente, e nunca chegou a assumir como deputado federal. O seu nome de urna nas duas disputas foi “Astronauta Marcos Pontes”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.