Política

Quem é Gustavo Bebianno, a primeira (e perigosa) baixa de Bolsonaro

Presidente do PSL entre janeiro e outubro de 2018, Bebianno está no centro do esquema de candidaturas laranjas do partido

Quem é Gustavo Bebianno, a primeira (e perigosa) baixa de Bolsonaro
Quem é Gustavo Bebianno, a primeira (e perigosa) baixa de Bolsonaro
Gustavo Bebianno, ministro falecido por infarto. Foto: Valter Campanato/EBC
Apoie Siga-nos no

Gustavo Bebianno está perto demais de perder a chefia da Secretaria-Geral da Presidência da República. Depois de uma reunião com ele com o vice Mourão, na noite desta sexta 15, o presidente preferiu dispensá-lo. A exoneração deve ser publicada na segunda-feira.

Embora tenham havido alguns recuos em nomeações, Bebianno será a primeira baixa ministerial do governo. O rompimento também é o primeiro dentro do núcleo mais próximo a Bolsonaro, e pode provocar uma reação em cadeia: o aliado guarda várias informações das quais Bolsonaro certamente não quer ser lembrado.

Presidente do PSL entre janeiro e outubro de 2018, Bebianno está no centro do esquema de candidaturas laranjas do partido revelado pela Folha. Ele autorizou de próprio punho a transferência de 400 mil reais a uma candidata de Pernambuco.

A relação de Bebianno com o presidente não se explica com associações fáceis: Bebianno não é parente, não é militar e também nunca ocupou qualquer cargo político. Membro da concorrida banca de Sergio Bermudes, o advogado conheceu o ‘mito’ em 2017, e se ofereceu para atuar de graça em processos contra ele.

Encantando pela jornada quixotesca de Bolsonaro rumo à presidência, tomou a frente da campanha, assumindo interinamente a presidência do PSL. Dividiu com Carlos Bolsonaro o posto de “cão de guarda” durante as passagens hospitalares de Bolsonaro desde o atentado à faca.

Fritado publicamente por Carlos Bolsonaro e, depois, pelo pai, Bebianno retribuiu pisoteando a autoridade do presidente: disse que só sairia do cargo se o presidente determinasse. A exemplo do que ocorreu no episódio da direção da Apex, ao forçar a permanência, terminou caindo.

Farpas virtuais

Na sexta, Bebianno deixou um recado controverso nas redes sociais. O texto postado pelo advogado diz que “a lealdade é um gesto bonito das boas amizades. Só consegue ser amigo, quem aprende a ser leal.” Em outro trecho, diz: “Uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça”.

O núcleo mais próximo dos filhos reagiu diferente. Filipe Martins, assessor internacional da Presidência, comemorou a queda de Bebianno – e a vitória de Carlos Bolsonaro – compartilhando versos bíblicos sobre o valor dos filhos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo