Política

“Queiroz nunca depositou dinheiro na conta da minha esposa”, diz Flávio Bolsonaro

Quebra de sigilo apontou depósito de 25 mil reais na conta da dentista para cobrir valor do apartamento do casal

Senador Flávio Bolsonaro. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) negou que sua esposa, Fernanda Bolsonaro, tenha recebido cerca de 25 mil reais de um depósito feito pelo ex-assessor Fabrício Queiroz. A declaração encontra-se no depoimento do senador ao Ministério Público do Rio de Janeiro, feito no dia 07 de julho, e divulgada pelo jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, Flávio afirmou que “Queiroz nunca depositou dinheiro na conta da minha esposa, pelo que eu saiba”, e disse que não sabia a origem do dinheiro. “Mas dá uma checada direitinho que eu tenho quase certeza que não deve ter nada a ver com Queiroz.”, declarou na ocasião.

O depósito de Queiroz nas contas de Fernanda foi descoberto pelo MP-RJ, que averiguou a informação após a quebra de sigilo bancário do ex-assessor.

Queiroz teria depositado 25 mil reais antes de Fernanda começar a pagar as despesas do apartamento do casal. Em conjunto com outro depósito realizado por uma fonte desconhecida, a movimentação bancária na conta da dentista, em quatro dias, foi de um crédito de 111,7 mil reais.

A investigação do MP-RJ visa desvendar um suposto esquema de rachadinhas que aconteceu no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro.

Queiroz receberia parte dos salários de assessores parlamentares do gabinete do filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro – de quem também era amigo próximo. Na semana passada, foram revelados mais depósitos de Queiroz e da esposa, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ao total, os investigadores apuram um montante de 89 mil reais.

O depoimento também trouxe explicações da relação do senador com o ex-PM Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano e apontado como um dos chefes do chamado Escritório do Crime, grupo miliciano do Rio.

A ex-esposa de Adriano, Danielle Mendonça, e sua mãe, Raimunda Veras Magalhães, foram empregadas por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) – apesar dos indícios de que ambas foram funcionárias fantasmas. A família teria depositado na conta de Queiroz cerca de 400 mil reais prevenientes do esquema de rachadinhas e de rendimentos de um restaurante associado ao miliciano.

“Conheci Adriano dentro do Bope, ele me dando instrução de tiro.”, disse Flávio, “por intermédio do Queiroz, que serviu com ele no batalhão, não sei qual”. O senador também afirmou que sempre teve interesse em “conhecer os policiais que iam para o combate, do dia a dia da rua, para o trabalho mais arriscado.”

Em nota, a defesa de Flávio disse que “tem recebido com perplexidade as notícias de vazamento das peças e áudios do procedimento que tramita sob sigilo” e que não irá mais permitir registros audiovisuais dos depoimentos do senador.

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