Cultura
Que o Ministério da Cultura nunca mais desapareça, diz Margareth Menezes ao tomar posse
‘Estamos aqui para dizer com força: nós merecemos o nosso ministério’, declarou a artista


A nova ministra da Cultura, Margareth Menezes, cobrou a permanência da pasta nos próximos governos. A cerimônia de posse, em Brasília, contou com a presença de artistas, profissionais da cultura e políticos.
Na solenidade, Menezes protestou contra a extinção do ministério no governo de Michel Temer (MDB) e no governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Como aceitar o fato de que, com todas as conquistas que o setor cultural já trouxe para o Brasil, inclusive imodéstias divisas econômicas, de repente o Ministério da Cultura, dessa profunda riqueza, tenha desaparecido por duas vezes do nosso horizonte?”, questionou.
A ministra prosseguiu:
“Isso mexe profundamente com a nossa alma, desestabiliza o nosso potencial econômico e, portanto, estamos aqui para celebrar a sua volta e para dizer com força: nós merecemos o nosso ministério. O Brasil tem uma das mais ricas, potentes e respeitadas forças de produção cultural do mundo. Que o nosso MinC nunca mais desapareça.”
Menezes relembrou que o Ministério da Cultura foi criado há quase 40 anos, no período da redemocratização, e atribuiu a conquista à mobilização de trabalhadores do setor. Na sequência, acusou os governantes que extinguiram a pasta de tentarem “calar” a sociedade.
“Por que foi extinto? Obviamente não foi porque ele é irrelevante, mas justamente pelo contrário. Quem o extinguiu sabe da nossa importância. Combate-se a cultura quando se quer um país calado, obediente. A cultura incomoda, mexe, desobedece e floresce. Por isso, também, é expressão de democracia e de direitos”, afirmou.
Menezes declarou ainda que houve um “desmonte” das políticas públicas da cultura e que será necessário ter “paciência” para restaurar o setor. Além disso, fez agradecimentos a parlamentares solidários à área que atuaram pela aprovação das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que oferecem assistência a esses profissionais.
Na semana passada, Menezes disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu um “orçamento histórico” para o Ministério da Cultura. No Orçamento aprovado para 2023, já estão previstos 5,7 bilhões de reais. A expectativa é de que a pasta tenha acesso a um montante de 10 bilhões de reais neste ano.
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