Política

‘Que motivo eu teria para matar Marielle?’, pergunta Bolsonaro ao comentar o caso Adriano da Nóbrega

Uma irmã de Adriano acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos em troca da morte do ex-PM

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O presidente Jair Bolsonaro utilizou parte de sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira 7 para se manifestar sobre os novos desdobramentos do caso Adriano da Nóbrega. Na véspera, o jornal Folha de S.Paulo informou que dois dias após a morte do ex-policial militar, no início de 2020, uma irmã dele acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos em troca do assassinato.

Ao comentar o assunto, porém, o ex-capitão mencionou a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018. A declaração de Bolsonaro ocorreu no momento em que ele criticava o deputado Orlando Silva (PCdoB) pelo seguinte tweet: “MAFIOSOS! Os áudios da irmã de Adriano da Nóbrega levam o assassinato para dentro do Palácio do Planalto. É público que o miliciano tinha relações íntimas com a família Bolsonaro e a hipótese de queima de arquivo sempre esteve à mesa. Há pouco alarde sobre algo tão escabroso”.

“Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero, não dá nem para discutir mais. Os áudios dela, pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou: em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto”, afirmou Bolsonaro na live. “Nunca conversei com ela, pelo que eu lembre.”

O presidente, ao que tudo indica, refere-se a Daniela da Nóbrega, irmã de Adriano. As acusações dela ao Palácio do Planalto constam de ligações telefônicas interceptadas com autorização judicial.

Adriano, que tem ligação de longa data com a família Bolsonaro, morreu em fevereiro de 2020, durante uma operação policial na Bahia.

Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia?”, disse Daniela da Nóbrega na gravação. “Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo.”

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