Política

Quaest: Lula lidera com 45% das intenções de voto, ante 33% de Bolsonaro

Diferentemente do que o ex-capitão esperava, a PEC Eleitoral e o início do pagamento do Auxílio de 600 reais não fizeram seu grupo de apoiadores aumentar

Fotos: Ricardo Stuckert e Evaristo Sá/AFP
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A nova rodada da pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira 17, mostra que Lula (PT) segue como o favorito para ocupar o cargo de presidente em 2023. Ao todo, 45% dos eleitores entrevistados indicam voto no ex-presidente. Só 33% apontam preferência por Jair Bolsonaro (PL).

O levantamento da Quaest desta quarta-feira traz ainda Ciro Gomes (PDT) com 6% das intenções de voto e Simone Tebet (MDB) com 3%. Não há, de acordo com os resultados, menções em volumes significativos a qualquer outro candidato ao cargo. No comparativo com o levantamento anterior, os números ficaram estáveis.

O resultado do levantamento desta quarta frustra a expectativa da campanha do ex-capitão, que esperava ver seu grupo de apoiadores crescer com a promulgação da PEC Eleitoral e com o início do pagamento do Auxílio Brasil de 600 reais.

Na prática, o que se viu foi o movimento contrário: um crescimento de 7 pontos percentuais na distância entre Lula e Bolsonaro no grupo de beneficiários do programa. Há 15 dias o petista somava 52% de intenções de voto entre aqueles que recebem o Auxílio Brasil e o ex-capitão tinha 29%. Nesta quarta, Lula chegou a 57% do grupo e Bolsonaro tem 27%.

Segundo Felipe Nunes, cientista político responsável pela Quaest, a explicação para o não crescimento está no fato de que os brasileiros teriam compreendido o caráter eleitoreiro da medida.

“Bolsonaro não atrai crédito político porque os eleitores desconfiam que as medidas não teriam sido feitas para ajudar as pessoas, mas para ajudar na reeleição do presidente. Os dados sustentam essa tese: 62% acreditam nisso”, avalia o pesquisador.

Pelos números da pesquisa, ele descarta a hipótese de que Bolsonaro não seja reconhecido como ‘pai’ da medida, já que 58% dos entrevistados dão o crédito do aumento ao ex-capitão. A mesma indicação é feita por 42% dos eleitores sobre a redução no preço dos combustíveis.

Nunes alerta, porém, que ‘ainda é cedo’ para afirmar que as medidas não podem gerar algum retorno para Bolsonaro durante a campanha, já que há indícios, segundo ele, de que o ex-capitão poderá voltar a crescer nas próximas semanas. “Algum efeito já está sendo sentido em outros indicadores, por exemplo, na avaliação do governo. É a primeira vez que a avaliação positiva aparece na casa dos 29% e a avaliação negativa em 41%”, destaca.

Segundo turno

No principal cenário de segundo turno monitorado pela pesquisa, em que Lula enfrenta Bolsonaro, o petista segue em vantagem. Ao todo, 51% dos eleitores brasileiros marcam voto para o ex-presidente na disputa direta com o ex-capitão, que recebe apenas 38% das indicações.

A Quaest ouviu presencialmente 2 mil eleitores entre os dias 11 e 14 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela consultoria de investimentos Genial e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-01167/2022.

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