Política

PT vai ao STF contra lei que permite aumento de gastos com publicidade em ano eleitoral

Segundo o partido, a nova legislação altera a fórmula de cálculo e pode aumentar os valores em até seis vezes

PT vai ao STF contra lei que permite aumento de gastos com publicidade em ano eleitoral
PT vai ao STF contra lei que permite aumento de gastos com publicidade em ano eleitoral
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O Partido dos Trabalhadores ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal contra os artigos 3º e 4º da Lei n. 12.356, que entrou em vigor nesta quarta-feira 1º e flexibiliza o limite de gastos com publicidade pelos governos federal, estaduais e municipais já em 2022.

Segundo a peça, a mudança na legislação viola o princípio da anuidade eleitoral e o equilíbrio do processo eleitoral. 

O texto, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no fim de maio, muda dispositivos da Lei das Eleições que discorrem sobre as regras para o uso de verbas de órgãos públicos com publicidade no primeiro semestre do ano eleitoral.

O novo texto altera a fórmula de cálculo para gastos com publicidade institucional, possibilitando o aumento de recursos em ano eleitoral. Segundo estimativas do PT, o limite poderia ficar seis vezes maior, porque o artigo 4º da lei sancionada prevê um “fura-teto” para campanhas relacionadas à pandemia.

“Isto é, na prática, os Chefes do Poderes Executivos dos estados e da União, muitos dos quais buscam a reeleição, poderão se despreocupar com o limite estabelecido pela Lei Eleitoral para destacar todos os feitos de suas gestões durante os mais de 2 (anos) em que a pandemia imperou no Brasil, inclusive durante o período eleitoral”, afirmam os advogados. 

Segundo o documento, as alterações são inconstitucionais e violam os princípios que regem a Administração Pública e a publicidade institucional. 

“Ao permitir que o gasto possa ser ampliado em ano eleitoral, evidente que a Lei possui a finalidade de legalizar o uso da máquina pública, explicitando seu caráter evidentemente eleitoreiro para promover e exaltar supostas benfeitorias de governos a menos de 5 (cinco) meses do dia em que os cidadãos brasileiros exercerão seu direito de voto.” 

A nova disposição também altera a modalidade de contratação de empresas de comunicação e publicidade. O trecho que antes mencionava “melhor preço” agora passa a citar “melhor técnica” ou “técnica e preço”. 

A ação do PT cobra a suspensão imediata da eficácia dos artigos questionados e pede que o STF julgue inconstitucionais as alterações na Lei das Eleições.

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