Justiça

PT pede tornozeleira em Jair Bolsonaro por risco de fuga e obstrução da Justiça

Lindbergh Farias solicita que o ex-presidente seja impedido de se aproximar de embaixadas, consulados e aeroportos

PT pede tornozeleira em Jair Bolsonaro por risco de fuga e obstrução da Justiça
PT pede tornozeleira em Jair Bolsonaro por risco de fuga e obstrução da Justiça
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Mateus Bonomi/Agif/AFP
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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do PT na Câmara, protocolou na terça-feira 3 uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal solicitando a adoção de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre elas estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso a aeroportos, embaixadas e zonas de fronteira.

O pedido, endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação do golpe, sustenta haver um risco concreto de fuga e obstrução da Justiça por parte do ex-capitão.

Na representação, Lindbergh argumenta que Bolsonaro tem condutas que “denotam periculosidade processual concreta”, como a ligação telefônica ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), testemunha do processo, na véspera de seu depoimento. A postura, segundo o deputado, pode configurar crime de obstrução de Justiça.

O congressista também cita os casos recentes de fuga do Brasil de aliados próximos de Bolsonaro, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP),  foragida com mandado de prisão preventiva, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que permanece nos Estados Unidos.

Lindbergh solicita ao STF a aplicação das seguintes medidas cautelares contra Bolsonaro:

  • uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
  • proibição de acesso a aeroportos, embaixadas, consulados, rodoviárias e zonas de fronteira;
  • restrições de contato com testemunhas, corréus e investigados da ação do golpe;
  • proibição de deixar o Distrito Federal sem autorização judicial.

O deputado ainda argumenta que as medidas não configuram antecipação de pena, mas mecanismos legais para garantir a “efetividade do processo penal e proteger a soberania nacional”. 

A Procuradoria-Geral da República deverá se manifestar sobre o caso e ainda não há prazo definido para decisão do STF.

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