Justiça

PT pede que TSE investigue Moro por captação ilícita de recursos em palestras

Moro teria negociado 110 mil reais para dar palestras; parte do montante seria destinada a empresa ligada ao seu marqueteiro

PT pede que TSE investigue Moro por captação ilícita de recursos em palestras
PT pede que TSE investigue Moro por captação ilícita de recursos em palestras
O senador eleito Sergio Moro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra Sergio Moro, pré-candidato à Presidência pelo Podemos, por suposta captação ilícita de recursos na realização de duas palestras a gestores do mercado financeiro.

A ação se baseia em uma reportagem publicada pelo site The Intercept Brasil em 19 de fevereiro. De acordo com o veículo, Moro teria negociado o valor de 110 mil reais com a empresa Ativa Investimentos para falar em palestras a empresários no Rio de Janeiro e em São Paulo. Um dos encontros teria ocorrido em 15 de fevereiro.

Desse montante, 77 mil reais seriam para uma empresa do ex-ministro, chamada Moro Consultoria e Assessoria em Gestão Empresarial de Riscos LTDA. Outros 33 mil seriam para uma empresa ligada ao marqueteiro do ex-juiz, Jorge Sirena. A empresa se chama Delos Produções Cultural LTDA, braço direito do grupo DC Set Participações, controlado por Sirena.

Segundo o Intercept, o contrato dizia que o pagamento seria feito “em 2 (duas) parcelas iguais e sucessivas de R$ 38.500,00 (trinta e oito mil e quinhentos reais) cada, com vencimento no dia 10 de fevereiro de 2022 e 28 de fevereiro de 2022, respectivamente, mediante emissão de nota fiscal e depósito em conta bancária de titularidade desta, a ser oportunamente informada”. Cada “encontro” duraria duas horas.

Uma das pautas do encontro com os empresários era o programa de governo de Moro, de acordo com o site.

A ação de Pimenta diz que “cobrar para falar de sua eleição, em ‘encontro sigiloso’ com um grupo de empresários, depois de ter anunciado publicamente ser précandidato a Presidente da República, gera, por si só, desconfianças óbvias quanto à correção da conduta de Sergio Moro”.

Na sequência, o deputado afirma que “o fato precisa ser investigado, sobretudo por poder configurar captação ilícita de recursos advindos de pessoa jurídica, não contabilização de recursos financeiros (“caixa dois”) e doação ilegal”.

O parlamentar argumenta que, como Jorge Sirena e suas empresas agenciam Moro e têm o papel de promover a sua imagem pública de pré-candidato, haveria a possibilidade de o ex-juiz “estar se utilizando de fictícios encontros e eventos para financiar, de forma antecipada, o seu marqueteiro de campanha”.

CartaCapital procurou a assessoria de Moro, mas não obteve respostas.

Em nota, a Ativa Investimentos declarou que “periodicamente, faz encontros e palestras com personalidades públicas para clientes institucionais da corretora” e que “os eventos são reservados para convidados e com o único objetivo de traçar os melhores cenários econômicos para seus clientes.”

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