Política

PT apresenta seu “Plano de Reconstrução do Brasil”; Lula fala em “recuperar a capacidade de indignação”

Para Gleisi Hoffmann, presidenta do partido, ‘o plano se contrapõe frontalmente ao que Bolsonaro está fazendo’

REPRODUÇÃO/ FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
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O PT divulgou nesta segunda-feira 21 seu “Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil”. O programa se baseia em cinco pontos principais: desenvolvimento social, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento econômico, soberania nacional e radicalização da democracia.

A cerimônia de lançamento do plano, transmitida pela internet, contou com as participações da presidenta do partido, Gleisi Hoffmann; do presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante; dos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff; e do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Com 210 páginas, o programa se divide em três partes: um diagnóstico, as medidas emergenciais e as propostas para o futuro do Brasil. O PT apresenta como uma das metas a criação de 5 milhões de postos de trabalho, com contratação por seis meses, a desempregados que não estejam recebendo seguro-desemprego. A fim de reativar a economia, o partido propõe ainda a retomada de obras públicas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa Minha Casa Minha Vida.

“É um instrumento que nos dá munição para enfrentar esse próximo período. Esse país só será transformado quando a gente mudar a pessoa que está governando”, afirmou Lula ao discursar no evento. Ele frisou que é importante “recuperar nossa capacidade de indignação”. Para o ex-presidente, “estamos perdendo o direito de sonhar, porque estamos perdendo até o direito de comer”.

Questionada por CartaCapital sobre a viabilidade de executar o programa sob o governo de Jair Bolsonaro, Gleisi Hoffmann afirmou que “esse é um plano que se contrapõe frontalmente ao que Bolsonaro está fazendo. O PT apresenta para conversar com a sociedade e as forças progressistas uma proposta de plano de reconstrução. Acho muito difícil o Bolsonaro apresentar essas propostas”, afirmou. A presidenta do PT, no entanto, confia na atuação das forças progressistas no Legislativo. “Vamos disputar no Congresso”, garante.

Sobre a possibilidade de relacionar esse plano às discussões eleitorais para 2020 e 2022, Gleisi faz uma ressalva: “Esse não é um plano eleitoral, nem um plano de governo. Obviamente as forças políticas podem e devem se organizar em torno de um plano para o país, mas o objetivo dele é fazer um debate da reconstrução nacional. Em relação a 2020, temos uma mesa nacional – aliás, avançamos em várias alianças, com PCdoB e PSOL temos situações encaminhadas para o segundo turno”. Segundo ela, PSB e PDT “também estão na mesa, mas é preciso avançar mais”.

Aloizio Mercadante elogiou o papel do PT em meio à pandemia, como na articulação pela criação do auxílio-emergencial de 600 reais, e destacou que o plano apresentado nesta segunda tem, também, um efeito de organização. “Temos uma disputa a fazer. A gente orienta os movimentos sociais e a sociedade civil e, ao mesmo tempo, apresenta uma agenda propositiva”, disse ele a CartaCapital.

Mercadante, porém, concordou com Lula sobre as dificuldades de falar em “reconstrução” sob o mandato de Jair Bolsonaro. “Para construir um novo país e resgatar a esperança, nós precisamos de um novo governo. Mas vamos lutar com propostas e alternativas”, completou.

Ao abordar as discussões sobre o meio ambiente, o plano pede a construção de um “pacto verde” – uma espécie de “New Green Deal”, que assegure uma transição ecológica para a economia de baixo carbono. O texto trata, ainda, da importância da adoção de políticas que conciliem preservação ambiental e produção agrícola, da retomada de uma reforma agrária e da reconstrução de uma política de Estado em apoio à agricultura familiar.

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