Política

PSOL protocola ação para direito ao aborto em casos de retirada do preservativo sem consentimento

Prática é considerada violência sexual, mas o Centro de Referência da Saúde da Mulher em São Paulo recusa direito ao aborto legal nestes casos

PSOL protocola ação para direito ao aborto em casos de retirada do preservativo sem consentimento
PSOL protocola ação para direito ao aborto em casos de retirada do preservativo sem consentimento
Hospital da Mulher é inaugurado em 2022 na área cedida pela Prefeitura de São Paulo na região central. Foto: Prefeitura de São Paulo
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A Bancada Feminista do PSOL entrou com uma ação popular na Justiça para garantir o aborto legal em casos de ‘stealthing’, quando a camisinha é retirada sem consentimento. A prática é considerada crime pelo Código Penal desde 2009, mas hospitais não reconhecem a violência como motivo para interrupção da gravidez.

O texto foi protocolado em nome da deputada estadual Paula Nunes e da vereadora Silvia Ferraro, ambas da bancada feminista na Alesp e na Câmara. A ação foi criada após o jornal Folha de S.Paulo revelar que a rede municipal de serviço recusa o atendimento quando a vítima relata que o motivo da busca é pela retirada da camisinha em uma relação sexual que anteriormente foi consentida.

O partido pede que a decisão seja dada em caráter liminar para garantir que a realização dos procedimento volte a ocorrer no Centro de referência de Saúde da Mulher.

O texto reforça que a prática de stealthing é reconhecida como crime sexual, e que a gestação decorrente da prática criminosa deve ser enquadrada dentro da hipótese de aborto legal. O documento utiliza também como base a norma técnica de 2012 do Ministério da Saúde,  que define que o aborto legal é permitido quando a gravidez resulta de estupro ou, por analogia, de outra forma de violência sexual.

Questionada por CartaCapital, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) afirma em nota que “segue todas as previsões legais e normativas federais vigentes relativas à interrupção da gravidez nos casos previstos em lei, visando garantir a segurança, o acolhimento e o atendimento humanizado às mulheres. O protocolo para os casos citados pela reportagem da Folha de S. Paulo estão em discussão pelo Legislativo e Judiciário no País.”

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