Política

PSOL diz que “manterá distância” de Maia, FHC e Huck na disputa política

O partido definiu suas diretrizes para 2020 e anunciou que alianças com a centro-direita ocorrerão apenas em ‘casos pontuais’

Guilherme Boulos, Renata Souza e Marcelo Freixo, do PSOL, na época das eleições 2018. (Foto: Marcelo Freixo/Campanha)
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O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) concluiu suas diretrizes político-partidárias para 2020 e já traçou limites para alianças estratégicas de seus parlamentares: dialogar com o centro não é a prioridade da legenda.

Nomes como o do apresentador Luciano Huck, que faz participações regulares em seminários de renovação política em organizações co-fundadas e patrocinadas por ele, e de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República pelo PSDB, se unem a Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, como figuras aos quais um alinhamento político deve ser considerado apenas em último caso.

“Em momentos pontuais, a luta contra Bolsonaro incluirá setores da centro-direita na defesa das liberdades democráticas. Mas não temos qualquer expectativa de que esses possam ser aliados para construir um projeto comum de país. Manteremos a distância de lideranças como Rodrigo Maia, FHC e Huck”, declarou o presidente do partido, Juliano Medeiros.

A atuação do partido deve seguir “duas táticas em disputa”, segundo a resolução política aprovada pela executiva nacional do PSOL no domingo 09. “Uma, liderada pela centro-esquerda, que busca um entendimento com a centro-direita. Outra, liderada pelo PSOL, que aponta claramente para a rejeição de qualquer aliança estratégica”.

É a convergência entre as agendas econômicas do governo e as pretensões do presidente da Câmara, que desponta como um dos casos de sucesso da gestão bolsonarista que o partido quer combater. Para eles, o avanço da reforma da Previdência, por exemplo, abafam os 30% de aprovação de Bolsonaro – o mais baixo índica para um presidente em seu primeiro ano de mandato.

No campo dos alinhamentos ideológicos do PSOL, as prioridades circulam entre educação, defesa do meio-ambiente e dos movimentos sociais e pela denúncia contra a violência do Estado – no qual o caso Marielle ainda resta sem respostas. A nota completa está disponível no site do partido.

Apontando a saída pela esquerda como “única opção” ao bolsonarismo, o partido vê as eleições municipais de 2020 como a oportunidade de “virar o jogo” e equilibrar forças políticas. Entre os pré-candidatos para São Paulo, por exemplo, figura a deputada federal Sâmia Bomfim; no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo já firmou chapa com o PT para antagonizar Marcelo Crivella (Republicanos) na prefeitura.

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