PSOL anuncia que não apresentará, neste ano, pré-candidatura à Presidência

Após votação interna, legenda diz que vai construir 'unidade das esquerdas'; Glauber Braga frisa que decisão não é definitiva

Foto: Reprodução

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O PSOL anunciou que não apresentará pré-candidatura à Presidência da República neste ano, após a realização do congresso do partido neste sábado 25. Em resolução, a legenda afirma que se dedicará à “construção da unidade entre os setores populares para assegurar a derrota da extrema-direita”.

 

 

 

A posição foi adotada por meio de votação entre 402 delegados. A decisão, porém, não é definitiva – o tema voltará ao debate em uma conferência eleitoral do partido, a ser realizada no 1º semestre de 2022. A discussão também deve tratar da política de alianças, da distribuição do fundo partidário e da regulamentação de candidaturas coletivas.

“É preciso reunir forças sociais e políticas para, em primeiro lugar derrotar Bolsonaro, e a partir de 2023 lutar pela superação da profunda crise social, política, econômica, sanitária e ambiental que vivemos. Não queremos simplesmente um governo de ‘salvação nacional’: queremos um governo de esquerda, comprometido com os direitos sociais, o meio ambiente, a soberania nacional, a superação dos preconceitos e da violência de Estado. Um governo à serviço da igualdade e da justiça social”, diz o documento.


O apoio à “unidade das esquerdas” em 2022, sem candidatura do PSOL à Presidência, é defendido pelo próprio presidente da sigla, Juliano Medeiros, conforme ele mesmo esclareceu em entrevista ao programa Direto da Redação, de CartaCapital no YouTube, em 31 de agosto.

Na ocasião, Medeiros afirmou que a unidade pretendida pode ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como representante, mas a definição de um nome é vista como secundária. Segundo ele, a prioridade seria a construção de um programa para temas como o desemprego e a redemocratização de instituições do Estado.

Ao evitar uma candidatura própria, o PSOL pode contrariar os planos do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que já manifestou intenção em se lançar como candidato pelo partido.

Ouvido por CartaCapital após a divulgação da resolução do Congresso, Glauber Braga destacou que a decisão anunciada não impede a construção de uma candidatura própria, e que ainda há possibilidade de que a legenda decida por disputar a eleição presidencial, a depender da formação de maioria na conferência do ano que vem.

À reportagem, o parlamentar frisou que a votação foi apertada: 56% votaram por não apresentar pré-candidatura agora, enquanto outros 44% queriam o oposto. O deputado declarou que deve seguir em “maratona” por uma candidatura própria, porque desconfia do compromisso de outros nomes progressistas com pautas como a derrubada do teto de gastos, da reforma trabalhista e de outras políticas econômicas adotadas desde o golpe de 2016.

“A ausência de uma candidatura com radicalidade política não ajuda a derrotar Bolsonaro, pelo contrário. A presença do PSOL no cenário eleitoral ajuda a enfrentar o bolsonarismo com mais força”, diz Braga. “Nossa candidatura realiza um tensionamento sobre as outras pré-candidaturas em temas que são fundamentais para a população brasileira.”

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