Política

PSL expulsa Gil Diniz e Douglas Garcia por manifestações contra o STF

Deputados estaduais de São Paulo acusam partido de ‘perseguição política’ e negam participação em atos antidemocráticos

Os deputados Douglas Garcia e Gil Diniz. Foto: Marco Antonio Cardelino/Alesp
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O PSL anunciou a expulsão dos deputados estaduais de São Paulo, Douglas Garcia e Gil Diniz, em comunicado nesta quarta-feira 15. Em nota, o partido alegou que teve como motivação as manifestações de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus magistrados.

Segundo a legenda, a decisão foi comunicada em reunião do Conselho de Ética da executiva estadual, em que somente Douglas Garcia esteve presente, acompanhado de seu advogado. Gil Diniz preferiu não comparecer, apesar de ter sido intimado por e-mail e por edital, de acordo com a sigla.

A nota de expulsão foi assinada pelo deputado federal Bozzella, presidente do diretório paulista do PSL. Em texto, o parlamentar afirmou que Garcia e Diniz afrontaram o estatuto do partido. Ambos tiveram “irrestrito direito de defesa”, mas não negaram os fatos a eles imputados.

“Em reunião do Conselho de Ética da executiva estadual do PSL em SP, foi deliberada a expulsão dos deputados estaduais Douglas Garcia e Gil Diniz, por práticas que afrontam o estatuto do partido, ao qual todos os filiados são submetidos, especialmente no que se refere ao seu artigo 7º do Código de Ética, que veda atividades políticas contrárias ao regime democrático, caracterizadas pela conduta dos dois deputados em manifestações que atentam contra o STF e seus ministros”, escreveu Bozzella.

Segundo ata da reunião, o PSL também afirma que “os representados abusaram da liberdade de expressão e do direito da crítica em relação ao STF e aos ministros”.

Garcia e Diniz já estavam com os seus mandatos suspensos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) desde 30 de junho, a partir de um pedido feito pelo próprio PSL. Eles são investigados em um inquérito aberto pelo STF, que apura a disseminação de informações falsas.

Em vídeo publicado na internet, Garcia confirmou a expulsão e afirmou que “é uma honra”. O deputado afirmou que ainda está sem partido e não pode participar de comissões ou fazer encaminhamentos, mas ainda pode votar e abrir requerimentos.

“Fui expulso do PSL, não faço mais parte do partido. O que acontece é o seguinte: o objeto da expulsão é que eu estaria apoiando atos antidemocráticos. Mas isso é mentira, eu jamais apoiei atos antidemocráticos. O que acontece foi uma perseguição política contra a vida. Todo mundo sabe que eu sempre defendi a democracia e sempre vou defender a democracia. Acontece que eu sou conservador, defendo pautas conservadoras, não mudei em nada na minha essência, e parece que isso não agradou determinados setores políticos”, declarou.

Já Diniz emitiu nota em que afirmou não concordar com a expulsão. O parlamentar também disse que o resultado do processo no Conselho de Ética do partido é “claramente viciado”.

“É uma honra ser expulso pelo deputado Junior Bozella, e sua assessoria (como é grande parte da Executiva do Partido); num resultado claramente viciado. Não concordo com a expulsão. Jamais participei de ato antidemocrático nenhum, assim como é mentira que eu tenha sido suspenso em função do inquérito sobre as fake news. Nós estamos sendo sistematicamente perseguidos pelo Partido e isso não é bom para a democracia”, escreveu o deputado.

Fui expulso do PSL por perseguição política. Para mim, é uma honra ser expulso por permanecer conservador e defender essas pautas. 👍🏾🇧🇷

Posted by Douglas Garcia on Wednesday, July 15, 2020

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