Além de autorizar oficialmente a discussão de uma federação com o Cidadania, o PSDB deu início a conversas com o PSC. Ainda em estágio inicial, a possibilidade de união não passou pelo crivo da direção partidária. Lideranças do PSC, porém, veem uma dificuldade para que a costura funcione. De forte base bolsonarista, a sigla, de base evangélica, teria problemas para apoiar o nome do governador de São Paulo, João Doria, para a Presidência da República.
Até semana que vem, a cúpula do PSC vai se reunir para discutir com lideranças estaduais o cenário eleitoral e a possibilidade de alianças com outras siglas. A sigla também tratou de federação com Cidadania e Patriota, ainda sem avanços.
Segundo tucanos, as negociações com o PSC também esbarram na bancada de 12 deputados federais do partido e no governador do Amazonas, Wilson Lima. Ele é adversário político dos tucanos no estado e um de seus desafetos é o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB), que deve concorrer ao Senado.
No PSDB nacional, o assunto é tratado com discrição, mas há empenho nos bastidores para que seja possível viabilizar as federações. O entorno de Doria vê na possibilidade de atrair outros partidos para sua campanha uma forma de demonstrar força em sua pré-candidatura, que enfrenta resistência interna de uma ala do PSDB.
Até agora, o Cidadania é visto como a única aliança possível de ser destravada, ainda que haja problemas locais, como na Paraíba. Além disso, o pré-candidato a presidente pelo Cidadania, o senador Alessandro Vieira, tem resistido ao movimento e se empenhado em um acordo de sigla com o Podemos, do ex-juiz Sergio Moro.
Com o fim das coligações e a instituição da cláusula de barreira, legendas menores veem nas federações a chance de manter acesso ao dinheiro do fundo partidário.
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