Política
Projeto de lei dificulta a venda, pela internet, de itens roubados
Texto que determina regras mais rígidas para plataformas de vendas está em discussão no Senado Federal


Projeto que começa a tramitar nas comissões do Senado determina que plataformas de comércio eletrônico terão que adotar regras mais rígidas contra a venda de produtos de origem ilícita.
Autor do PL 1.333/2025, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) propõe que as lojas virtuais terão que manter uma política de integridade, a ser regulamentada pelo Poder Executivo. Se o texto for aprovado, essa política abrangerá, entre outros itens, a verificação das licenças necessárias dos vendedores, o bloqueio de perfis falsos, a identificação de preços e condições muito mais vantajosas que a média do mercado, incentivo a denúncias de receptação, e educação aos consumidores sobre como agir diante de ofertas suspeitas.
Além desses dispositivos, os anúncios de componentes eletrônicos deverão informar os números de série e a procedência dos produtos, e a venda de peças de veículos automotores observará a Lei 12.977, de 2014, que trata da desmontagem de veículos.
Ao defender medidas contra a receptação em plataformas de comércio eletrônico, Rogério Carvalho cita a estatística de 373.225 casos de subtração de veículos em 2002, e chama a atenção para os “níveis alarmantes” de furtos e roubos de celulares e de outros dispositivos eletrônicos.
“Trata-se de mercado ilícito que se inicia com o dano e a violência patrimonial nas cidades e completa seu ciclo com a revenda e reinserção dos produtos na sociedade. Mercados digitais, assim, são ferramentas poderosas, pois permitem transações com pouco ou nenhum controle de procedência”, explica.
O texto, submetido ao Senado em 31 de março, foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde aguarda designação do relator. Em seguida, a proposição será examinada pelas comissões de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) e de Comunicação e Direito Digital (CCDD).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Oposição protocola CPMI do INSS com apoio de 223 deputados e 36 senadores
Por Vinícius Nunes
A condição imposta pelo presidente do Senado para aprovar o projeto que aumenta o número de deputados
Por Vinícius Nunes