Justiça
PRF prende organizador da ‘máfia do Pix’, grupo responsável por financiar acampamento golpista em Brasília
Homem que financiou estadia de participantes do 8 de Janeiro estava foragido no Uruguai e foi preso no Rio Grande do Sul ao tentar retornar ao Brasil


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu Rubem Abdalla Barroso Júnior, um homem de 46 anos apontado como organizador da chamada ‘máfia do Pix’, grupo responsável por financiar parte dos atos golpistas do 8 de Janeiro. A prisão foi efetuada na sexta-feira 8 e confirmada pela corporação neste sábado 9.
Segundo a PRF, o homem, que estava foragido no Uruguai desde que teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi preso ao tentar entrar no Brasil. Ele estava em uma estrada do Rio Grande do Sul. Barroso Júnior foi abordado em um carro que tentava desviar de postos policiais. O veículo era pilotado por um cidadão do Uruguai.
“Os policiais acompanharam a rota de um veículo que tentava desviar o trajeto para não passar por postos policiais. A equipe, então, resolveu abordar o carro na BR-290, próximo à entrada da cidade de Rosário do Sul. Na direção, um cidadão uruguaio, acompanhado de um cidadão brasileiro, de 46 anos, natural de Cuiabá/MT”, descreve a PRF.
“Ao consultarem o nome do brasileiro nos sistemas, os policiais rodoviários federais encontraram um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a determinação da sua prisão por diversos crimes, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e ameaça violenta ao livre exercício dos poderes da União”, completa a corporação em nota.
Segundo o relato divulgado pelos policiais, o homem disse ter retornado ao Brasil apenas para comprar uma geladeira. “O preso foi encaminhado à polícia judiciária em Rosário do Sul e, em seguida, deve ser transferido para um presídio, onde permanecerá à disposição da Justiça. O veículo, com placa do Distrito Federal, foi recolhido ao pátio por estar com o licenciamento vencido”, informa a PRF.
A ‘máfia do Pix’, liderada por Barroso Júnior, arrecadava recursos para manter o acampamento bolsonarista montado na porta do quartel do Exército em Brasília. O local foi usado pelos golpistas como base para o 8 de Janeiro. O dinheiro era usado, principalmente, para a compra de alimentos para os acampados.
Além dos crimes citados pela PRF, a lista associada ao mandado de prisão cumprido nesta sexta-feira é extensa e inclui, por exemplo, o crime de terrorismo. Outros crimes citados são:
- ameaça;
- perseguição;
- dano qualificado;
- incêndio;
- descumprimento de determinação do poder público para impedir a propagação de doença contagiosa;
- associação criminosa com uso de armas;
- destruição de bem especialmente protegido por lei;
- e pichação ou degradação de local público.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

8 de Janeiro: 741 participantes da tentativa de golpe já foram responsabilizados pelo STF
Por CartaCapital
Contrário à PGR, Moraes mantém preso réu do 8 de Janeiro apontado como incapaz
Por CartaCapital
STF condena mais 14 por participação ‘de menor gravidade’ no 8 de Janeiro
Por CartaCapital
Bolsonarista quer sessão solene na Câmara para réu do 8 de Janeiro que morreu na Papuda
Por CartaCapital