Presidente da Fundação Palmares ataca rappers e pede checagem de “vida pregressa”

Sérgio Camargo escreveu que, em sua gestão, a instituição não apoiará projetos de 'capachos da esquerda'

Sérgio Camargo, nomeado para a Fundação Palmares (Foto: Redes Sociais)

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O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, afirmou que os projetos de rappers devem ser submetidos a “rigorosa checagem” da vida pregressa dos artistas, para impedir que “capachos da esquerda” e demais grupos sejam contemplados. A declaração ocorreu em sua rede social, nesta sexta-feira 17.

A instituição foi criada pelo governo federal em 1988, com o objetivo de promover os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. Está entre as suas atribuições o combate ao racismo e a preservação da cultura negra.

Mas, a depender de Camargo, artistas negros com posições ideológicas diferentes da sua podem ser excluídos do rol de projetos fomentados pela Fundação. Além disso, o presidente associou rappers a criminosos e à apologia às drogas.

“Projetos com rappers serão aceitos na Fundação Palmares somente após rigorosa checagem da vida pregressa dos ‘artistas’. Aqueles que se enveredam pelo caminho do crime, da apologia das drogas e da putaria, ou se deixam usar como capachos da esquerda, jamais serão contemplados!”, escreveu.

Na publicação, Camargo compartilha uma conta do Twitter que, segundo ele, teria incitado crime ao presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que “quem matar Jair Bolsonaro ganha divulgação eterna neste perfil”.

Em seguida, Camargo disse que, ao tomar posse, descobriu que a Fundação Palmares custeava show em homenagem ao MC Daleste, morto em 2013 com um tiro no peito enquanto realizava um show na cidade de Campinas, no estado de São Paulo.

“Não haverá outros projetos como este na minha gestão”, determinou o presidente da Fundação Palmares.

Em sua descrição no Twitter, Camargo se define como “negro de direita”, “antivitimista” e “inimigo do politicamente correto”. Em 2019, atacou personalidades negras como a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o ator Lázaro Ramos.

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