Política

Prefeitura de SP repassou mais de R$ 800 milhões a empresas de ônibus acusadas de lavagem de dinheiro do PCC

Após a operação que prendeu empresários do transporte, a gestão de Ricardo Nunes (MDB) informou que irá cumprir ordem da Justiça e assumir operação das linhas, sem demissão ou prejuízo para os trabalhadores

Foto: Reprodução/Redes Sociais Transwolff
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As empresas de transporte coletivo Transwolff e Upbus foram alvos, na manhã desta terça-feira 9, de uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que investiga se os operadores das companhias atuavam para praticar lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Juntas, as duas empresas fornecem transporte para, pelo menos, 700 mil passageiros em São Paulo por dia. 

A prefeitura de São Paulo afirmou que o mandatário paulistano, Ricardo Nunes (MDB), pretende executar um processo de intervenção nas duas empresas. A intervenção, vale frisar, foi determinada pela Justiça.

Como consequência do processo de intervenção, a prefeitura já escolheu os nomes do interventores. Valdemar Gomes de Melo, que é diretor de planejamento da SPTrans, vai atuar como interventor na Transwolff. O interventor da Upbus, por sua vez, será Wagner Chagas Alves, que é diretor de operações da estatal.

Em entrevista ao “Bom dia SP”, da TV Globo, o secretário Executivo de Transporte e Mobilidade Urbana, Gilmar Pereira Miranda, indicou que as operações das empresas serão mantidas normalmente na cidade. 

“Hoje, a operação está 100% ativa na cidade de São Paulo desde a manhã, uma vez que também as autoridades não detiveram os veículos. Pelo contrário, colaboraram com a cidade de São Paulo, permitindo a saída de todos os veículos que estavam nas garagens dos três contratos”, disse o secretário. 

Ele mencionou, também, a existência de dois contratos com a Transwolff (na Zona Sul da cidade) e um com a UPbus (na Zona Norte da cidade). Miranda disse, ainda, que não vislumbra a possibilidade de demissão de funcionários e que os operadores do total de 1.500 ônibus não serão substituídos.

As autoridades deverão investigar, porém, os pormenores da relação entre a gestão Nunes e as empresas acusadas de lavagem de dinheiro. 

Segundo dados do MP-SP, revelados hoje pelo portal UOL, a atual gestão paulistana repassou, só em 2023, mais de 800 milhões de reais para as duas empresas. A maioria (748 milhões de reais) foi destinada à Transwolff. A UPbus, por sua vez, recebeu 81,1 milhões de reais.

Nunes deverá tratar do caso em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira 9. Pela manhã, logo após a operação ser deflagrada, o prefeito de SP cancelou um compromisso que teria na região da avenida Faria Lima, um dos centros financeiros da capital.

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