Política

Possível nome da 3ª via, Pacheco diz que estará ‘a serviço do Brasil’ em 2022

O presidente do Senado falou como candidato durante um evento do PSD, mas não confirmou se de fato vai se lançar à disputa pela Presidência

Possível nome da 3ª via, Pacheco diz que estará ‘a serviço do Brasil’ em 2022
Possível nome da 3ª via, Pacheco diz que estará ‘a serviço do Brasil’ em 2022
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

Em meio a rumores de que se lançará candidato à Presidência, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que estará “a serviço do Brasil” nas eleições de 2022. Apesar de não se assumir como pré-candidato, o parlamentar fez uma série de referências ao que, para ele, deve ser pautado durante o pleito do ano que vem.

Pacheco discursou durante o encontro nacional do PSD, em Brasília, na tarde desta quarta-feira 24.

Sua participação ocorrer em um contexto de intensas buscas por um nome para a 3ª via na eleição que rompa a perspectiva atual de que as candidaturas de Jair Bolsonaro e Lula cheguem ao 2º turno. O PSD, no entanto, ainda não esclareceu qual será a sua política de alianças na corrida presidencial e se há possibilidades de construir uma chapa com um dos dois principais candidatos.

“O que devo dizer a todos os senhores é que, convocado a esta missão de servir o PSD, e eu o faço na condição de presidente do Senado e na condição do Congresso Nacional, e em relação às eleições de 2022, eu repito: estarei de corpo, alma, mente e coração a serviço do partido e a serviço do Brasil”, disse.

Pacheco também criticou o que chamou de “extremismo” e defendeu a necessidade de combatê-lo.

“Estamos vivendo um radicalismo, um extremismo e uma cultura de ódio que está acabando com o Brasil e que precisamos conter”, declarou o presidente do Senado.

Em outro trecho, fez referência implícita aos apoiadores de Bolsonaro, em citações a manifestações antidemocráticas e na disseminação de informações falsas nas redes sociais.

“Revelar amor ao Brasil, definitivamente, não é só colocar uma camisa da seleção brasileira e sair xingando o STF, o Congresso Nacional e a política brasileira”, criticou.

Em determinado momento, Pacheco rechaçou bandeiras de manifestantes de extrema-direita que pedem o cancelamento das eleições do ano que vem e disse que o pleito “será um momento mágico, próprio da expressão mais pura da soberania de um povo”.

“2022 será um ano eleitoral, todos nós queremos que as eleições aconteçam, e elas acontecerão, embora alguns tenham até sugerido que não houvesse eleições no Brasil, o que foi imediatamente repudiado pelo PSD, por mim e por todos do nosso partido.”

Pacheco reivindicou ainda o “dever” de elaboração de um “planejamento de nação” e disse se espelhar em Juscelino Kubistchek, que presidiu o Brasil entre 1956 e 1961. O parlamentar citou temas como o desmatamento ilegal de florestas, o combate ao racismo e às desigualdades de gênero e a responsabilidade fiscal com geração de empregos.

“Não só nós que ocupamos cargos públicos, mas cada um dos senhores e das senhoras, filiados e filiadas a um partido político, tem esse dever de construir essas soluções, esse planejamento de nação, como fez Juscelino Kubistchek ao pretender ser presidente da República, que concebeu uma ideia para o país, que visava deixar de ser um país eminentemente agrário para ser agrário e industrial”, discursou.

Caso seja lançado como candidato a presidente, Pacheco terá uma lista de adversários mais competitivos para desbancar. Recente levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostrou que as intenções de voto no presidente do Senado variam entre 0,3% e 0,4%. Em dois cenários diferentes, o senador aparece atrás de Lula, Bolsonaro, Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e até os colegas Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Para o cientista político Aldo Fornazieri, porém, diz acreditar ser precipitada a leitura de que a polarização entre Lula e Bolsonaro não possa ser rompida. Em artigo publicado em CartaCapital, o especialista descreve o perfil de Pacheco como um dos mais adequados para ocupar o espaço político de centro-direita disponível.

“O presidente do Senado apresenta-se como alguém calmo, equilibrado, com retórica fluente, com discurso conciliador, de unidade e com método e atitudes de mediação e negociação. Esses atributos são os mais concernentes à ocupação do espaço político disponível, no qual uma parcela da sociedade indica exaustão com a polarização”, escreveu Fornazieri no fim de outubro, logo após a filiação de Pacheco ao partido de Gilberto Kassab.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo