Justiça

Por que Moraes mandou a PF ouvir Wajngarten e advogado de Bolsonaro

As oitivas ocorrerão no âmbito de um inquérito sobre possível obstrução de Justiça.

Por que Moraes mandou a PF ouvir Wajngarten e advogado de Bolsonaro
Por que Moraes mandou a PF ouvir Wajngarten e advogado de Bolsonaro
Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Ton Molina/STF
Apoie Siga-nos no

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira 25, que a Polícia Federal ouça em até cinco dias Fábio Wajngarten, ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL), e Paulo Bueno, atual representante da defesa do ex-presidente.

As oitivas ocorrerão no âmbito de um inquérito sobre possível obstrução de Justiça. A apuração começou na semana passada a fim de determinar se o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, e seu advogado Eduardo Kunts tentaram atrapalhar o desenrolar da ação sobre a tentativa de golpe.

Um dos passos iniciais do inquérito foi o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid — réu na ação do golpe, a exemplo de Câmara e Bolsonaro. Cid também entregou voluntariamente à PF um celular que pertencia à sua filha menor de idade.

Segundo os autos, Kunts procurou insistentemente a filha de 14 anos de Cid, por meio de mensagens de WhatsApp.

Wajngarten, “igualmente, fez intensa tentativa de falar com a família e com Mauro Cid, tanto através da filha como de sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid”, diz a PF.

“Não bastassem as várias investidas sobre a filha e esposa de Mauro Cid, a defesa dos corréus investiu também sobre sua mãe, Agnes Barbosa Cid, quando em eventos realizados na Hípica de São Paulo, o Dr. Luiz Eduardo Kuntz , uma vez acompanhado pelo Dr. Paulo Costa Bueno, cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid”, completou a polícia.

O inquérito investiga a suposta prática do crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

Cid fala novamente à PF

O tenente-coronel negou, em depoimento à PF na terça-feira 24, ter utilizado uma conta no Instagram para comentar sua delação premiada, o que configuraria violação do sigilo da colaboração.

Em 13 de junho, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro já havia afirmado à PF que não conversou a respeito da delação com Eduardo Kuntz.

Kuntz, por sua vez, disse ao STF na semana passada ter sido o interlocutor de Cid no Instagram.

Em comunicação enviada à Corte, o Google e a Meta informaram que a conta de Instagram @gabrielar702, alvo da polêmica, foi registrada com o e-mail maurocid@gmail.com.

Durante seu interrogatório no STF, ao ser questionado sobre o perfil pela defesa de Bolsonaro, Cid afirmou não saber se era de sua esposa, embora tenha reconhecido que o nome dela é Gabriela.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo