Justiça
Por que Gonet é contra ter policiais dentro da casa de Bolsonaro
Para o procurador-geral da República, não há ‘situação crítica de segurança’ no interior da residência onde o ex-presidente está preso


O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a sugestão da Polícia Federal de colocar agentes policiais dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. Para Gonet, não há “situação crítica de segurança no interior da casa”.
A manifestação da Procuradoria-Geral da República foi encaminhada nesta sexta-feira 29 ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra o ex-capitão no Supremo Tribunal Federal.
A recomendação da PF foi feita na terça-feira 26. Para a corporação, a medida seria necessária para garantir o cumprimento da prisão preventiva. Na segunda 25, a PGR defendeu a presença de equipes de prontidão para assegurar o respeito às restrições impostas a Bolsonaro, mas sem invadir a “esfera domiciliar”.
No ofício encaminhado nesta sexta a Moraes, Gonet afirmou não haver necessidade de reforçar a segurança no interior da casa, mas reiterou a importância de cuidados na rua e na saída do condomínio onde fica a residência do ex-presidente, em Brasília.
Entre as sugestões apresentadas pela PGR a Moraes estão a presença física permanente de agentes de segurança nas proximidades da casa, com acesso livre “em caso de pressentida necessidade”.
Bolsonaro está sob prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação de Moraes. A medida foi aplicada depois que, na interpretação do ministro, o ex-capitão descumpriu a proibição de acesso a redes sociais ao participar, via chamada de vídeo, de uma manifestação de apoiadores.
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