Política
Por aliança com o MDB, federação PSDB-Cidadania deve apoiar Ricardo Nunes em SP
Uma série de reuniões entre lideranças dos partidos devem acontecer nos próximos dias para amadurecer a ideia
De olho em uma possível aliança com o MDB, a federação PSDB-Cidadania sinaliza que deve apoiar a candidatura de Ricardo Nunes à prefeitura de São Paulo. A possibilidade de atrair os emedebistas à união já existente tem o objetivo de recuperar a influência das legendas nos Executivos municipais.
Para o presidente do Cidadania, Roberto Freire, o apoio da federação à reeleição de Nunes pode ser determinante para essa aliança. “Seria bom construirmos as candidaturas pensando na federação”, disse a CartaCapital na tarde desta quinta-feira 18. “A tendência é apoiar o [Ricardo] Nunes. Isso, inclusive, é um fator importante para sinalizar a necessidade da aliança“.
Caciques das siglas já haviam sentado à mesa no início do ano para analisar a possibilidade da federação, mas as conversas não avançaram em razão de divergências nos estados. Fontes ouvidas pela reportagem atribuem o recuo à resistência de figurões do MDB em ceder suas influências locais em prol da eventual união com os tucanos.
Agora, o cenário parece ser outro. Uma série de reuniões entre lideranças dos partidos devem acontecer nos próximos dias para amadurecer a ideia.
Entre os emedebistas há a avaliação de que o movimento pode contribuir com a construção de uma candidatura forte para disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A ideia é repetir a aliança costurada em 2022 para lançar a senadora Simone Tebet na corrida presidencial como representante da ‘terceira via’.
“Nós, PSDB, Cidadania e MDB, fomos responsáveis por uma coligação importantíssima no processo político eleitoral brasileiro em 2022, que foi a candidatura de Simone Tebet. E por que não continuar isso?”, continuou Freire.
Além disso, parlamentares das legendas ainda acreditam que uma eventual aliança pode aumentar o poder de influência no Congresso Nacional.
O PSDB, que hoje está federado por quatro anos com o Cidadania, elegeu 18 deputados federais e quatro senadores, enquanto o MDB emplacou 52 congressistas.
Os tucanos também veem a união com bons olhos, principalmente após perder o governo de São Paulo pela primeira vez em 28 anos para o Republicanos de Tarcísio de Freitas. A sigla, que governou o Brasil por duas vezes, viu sua capilaridade derreter nas urnas e as prefeituras que restaram são alvos da ofensiva do partido liderado por Valdemar Costa Neto, o PL, conforme noticiamos em abril.
Um dos entusiastas da federação minimiza o histórico de oposição do PSDB às gestões petistas e a aproximação do MDB com o governo Lula para defender a possibilidade da aliança. “Seria possível continuar com estas contradições e ao mesmo tempo construir alternativas com o governo”, diz.
A sigla comandada por Baleia Rossi indicou três ministros para a Esplanada dos Ministérios: Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento).
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