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Pontos cegos

Apesar dos esforços do governo federal, os garimpeiros continuam a invadir as terras Yanomâmi

Força-tarefa. Os esforços federais ocorrem em duas frentes: profissionais de saúde enfrentam a crise humanitária, enquanto policiais federais e militares embrenham-se na mata para expulsar os garimpeiros ilegais que continuam a invadir as terras Yanomâmi – Imagem: Fernando Frazão/ABR e Vinícius Mendonça/Ibama
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Lá se vão seis meses da operação para conter a crise humanitária nas terras Yanomâmi em ­Roraima. A situação melhorou de forma considerável, mas continua longe do ideal. Apesar dos esforços da força-tarefa criada para expulsar os 20 mil garimpeiros ilegais e cuidar da saúde da população indígena, remanescem áreas de conflito e abandono. Segundo relatório divulgado pela Hutukara ­Associação ­Yanomâmi, Associação ­Wanasseduume Ye’kwana e Urihi Associação Yanomâmi, várias comunidades sofrem com a fome e doenças e há um retorno do garimpo em áreas sem supervisão federal.

De janeiro a junho, aponta o documento, o garimpo avançou em 219 hectares, aumento de 4% em relação a dezembro de 2022. O ritmo de crescimento está, porém, abaixo daquele do mesmo perío­do do ano passado, que chegou a 30%. Os garimpeiros continuam presentes nas imediações das aldeias Parafuri, Xitei, Haxiu (perto do Yamasipiu), Homoxi  (nas comunidades Xereu e Tirei) e Kayanau (em Couto Magalhães). Edinho Macuxi, do Centro Indigenista de Roraima, cobra da Justiça punição aos criminosos. “Os garimpeiros continuam insistindo, são tirados de lá, são presos em flagrante, mas quando chegam na cidade a Justiça solta e eles voltam. Estão bem organizados, são financiados e aliados do tráfico, do PCC.” Macuxi não deixa, porém, de reconhecer os esforços recentes do governo federal. “É muito cedo pra gente dizer que resolveu, mas está caminhando. O problema é que não tem uma estrutura forte de proteção, porque retira, mas os caras voltam. A logística deles é grande. Falta um plano mais estruturado.”

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