PMs afirmam que oficiais tentam direcionar o voto da tropa para candidatos bolsonaristas

Policiais militares do batalhão de Jundiaí, no interior de São Paulo, acusam oficiais de direcionar o voto da tropa para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os relatos foram feitos ao UOL, que teve acesso a um áudio gravado em uma reunião a portas fechadas, em setembro, na qual ocorreu uma “recomendação”.

“Boa eleição, votem conscientemente. Lembrem-se que a agenda de alguns partidos é acabar com a Polícia Militar. Acabar com a Polícia Militar é acabar com a sua estabilidade, com a sua aposentadoria, com a sua qualidade depois que você se aposentar”, diz um oficial, que ainda demonstra incômodo com a regra de que apenas agentes de segurança em serviço podem acessar os locais de votação armados.

“Policial de serviço, tá fardado, vai votar, pode ficar com a arma. O descumprimento acarretará na prisão em flagrante por porte ilegal, tá? Então, o policial que descumprir essa regra poderá ser preso pelo porra do mesário, pelo porra do paisana.”

As declarações foram atribuídas por policiais ao major Augusto José Martinelli, subcomandante do batalhão de Jundiaí. Agentes ouvidos pela reportagem em condição de anonimato também citaram o nome do capitão Samuel Barban Ruiz, comandante da 1ª Companhia do batalhão de Jundiaí.

“A orientação é para votar no Bolsonaro para presidente e no Tarcísio para o governo de São Paulo para que a gente não corra o risco de perder nossos direitos”, disse ao UOL, reservadamente, um dos policiais.

O conteúdo foi encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, ao Ministério Público de São Paulo e à Ouvidoria das Polícias de São Paulo.

Ouça os áudios: