Política
PM de Santa Catarina investiga curtida do perfil da corporação em post golpista de Mourão
A Polícia Militar Rodoviária atribuiu o caso a ‘possível invasão’ ou ‘bug no sistema’ e informou a abertura de procedimento administrativo
A Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina investiga curtidas feitas pelo perfil oficial da corporação no Twitter em publicações antidemocráticas do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos).
Nas postagens, Mourão critica a rejeição, pelo Tribunal Superior Eleitoral, do pedido apresentado pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para que votos computados no segundo turno fossem desconsiderados.
“O recente recurso do PL, protocolado mais de 20 dias depois da proclamação oficial dos resultados das eleições, não dá ao TSE o direito de rejeitá-lo peremptoriamente e extrapolar, mais uma vez, por intermédio de multa absurda e inclusão dos demandantes em inquérito notadamente ilegal”, escreveu Mourão em um trecho do post que ganhou a curtida do perfil da Polícia Militar Rodoviária.
Mourão também alegou que “vive-se hoje, nacionalmente, uma polêmica justificada em função da questão da confiabilidade das urnas eletrônicas”.
O like foi desfeito após o caso chamar a atenção de usuários das redes. Em nota, a PMRv afirmou ter instaurado procedimento administrativo para apurar o episódio e disse ver ‘possível invasão’ ou ‘bug no sistema’. A corporação declarou ainda ter alterado as senhas de acesso dos perfis e que as páginas institucionais da corporação ‘são regulados por dois policiais militares de Comunicação Social’.
“Como se pode observar em todos históricos de nossas publicações jamais houve manifestações de cunho político. […] Não houve por parte de nossos profissionais quaisquer ‘curtidas’ em manifestações de caráter político, nem mesmo de maneira acidental”, diz um trecho do texto.
Caso semelhante no perfil da Polícia Militar do estado
Um caso parecido foi notado no perfil da Polícia Militar de Santa Catarina. Há curtidas da página oficial em publicações de usuários que exaltavam a decisão do estado de não enviar representantes a uma reunião com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. No dia do encontro, a comunicação social da PM informou que seu comandante, coronel Marcelo Pontes, recusou o convite sob a justificativa de que já tinha compromissos agendados.
A corporação também foi questionada pela reportagem do UOL sobre os likes e alegou não ter intenção de ‘curtir’ ou dar incentivo a nenhuma publicação de cunho político ou partidário e que o perfil é destinado apenas a fazer ‘a divulgação de ocorrências de interesse público e de ações administrativas que sejam referentes ao trabalho realizado’.
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